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Economia
Quinta - 21 de Outubro de 2010 às 05:12

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Os Estados Unidos pediram nesta quarta-feira (20) ao Brasil e à Índia que não deem as costas ao G20 (grupo dos 20 países ricos e emergentes), especialmente num momento em que o grupo perde credibilidade e deve lutar unido contra a "guerra cambial" e os desequilíbrios mundiais.

Uma alta funcionária do Tesouro americano, que pediu anonimato, disse nesta quarta-feira à imprensa que o Brasil e a Índia -- duas das maiores economias emergentes do mundo -- foram até agora "grandes defensores do G20" e são os que "mais têm a ganhar" se o grupo continuar ativo.

Essas declarações ocorrem às vésperas da reunião ministerial que será realizada pelos países do G20 no próximo fim de semana na Coreia do Sul e que servirá como preparação à cúpula de chefes de Estado que acontecerá entre 11 e 12 de novembro em Seul.

O G20, segundo os EUA, deveria aproveitar a reunião ministerial que começa na sexta-feira para provar que mantém vivo o "compromisso de cooperar" para conseguir o reequilíbrio do crescimento mundial, que é sólido nas economias emergentes e fraco nas avançadas, e para normalizar o mercado das taxas de câmbio.

No entanto, a reunião já começa debilitada pela ausência do Brasil, justamente o propulsor do G20 há dois anos, que não enviará nenhum representante, devido, segundo os EUA, à campanha eleitoral que está em andamento.

Em teoria, deveriam comparecer ao encontro o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que nem está na disputa eleitoral.

Mas, no final de setembro, Guido Mantega enfrentou as nações do G20 ao acusá-las de promover uma "guerra cambial" com suas medidas de desvalorização monetária, que favoreceriam suas exportações.

Mantega ressaltou que muitos países emergentes se viram obrigados a tomar medidas para seguir competindo com a China, reticente a deixar que o yuan se aprecie livremente no mercado.

Outros países avançados, como Estados Unidos e Japão, estão tentando manter suas moedas desvalorizadas como forma de fortalecer as exportações.

O governo brasileiro indica que Mantega comparecerá, em novembro, à cúpula de chefes de Estado, acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas sua ausência na reunião preparatória do próximo fim de semana pode ser interpretada como uma falta de confiança no grupo.

No mesmo cenário está a Índia, cujo Governo considera que o G20, criado há dois anos para ajudar a estabilizar o sistema financeiro global, perdeu sua competitividade.

Hoje, a alta funcionária do Tesouro explicou que "Brasil e Índia estão entre os países que realmente mais têm a ganhar" caso perdure a cooperação internacional mantida até agora pelo G20.

Os Estados Unidos são da opinião de que as políticas "nacionais" iniciadas por alguns países para melhorar sua competitividade "não estão sendo efetivas", destacou a funcionária do Tesouro. Segundo ela, a única maneira de conseguir um crescimento equilibrado e sustentável é buscar "medidas coordenadas" em nível mundial.

"É do interesse desses países (emergentes) buscar soluções conjuntas nas negociações do G20 e ver como este grupo emerge transformado no principal fórum de cooperação em temas como financeiros e econômicos", avaliou a funcionária.





Fonte: Efe

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