Mãe de primo do goleiro Bruno diz que ele foi pressionado para falar

Foram ouvidas nesta quarta-feira mais oito testemunhas de defesa dos acusados de envolvimento no suposto sequestro e assassinato de Eliza Samúdio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes.

A audiência, na Vara de Precatórias Criminais de Belo Horizonte, começou por volta das 13h30. Foram arroladas 22 testemunhas, sendo que uma delas prestou depoimento em Contagem (região metropolitana de BH). Das 21 restantes, 13 compareceram e cinco foram dispensadas pelo juiz Marco Aurelio Ferenzini.

Além de Bruno, todos os réus compareceram: Marcos Aparecido dos Santos (o Bola), Dayanne Souza (ex-mulher de Bruno), Elenilson Vitor da Silva, Flávio Caetano de Araújo, Sérgio Rosa Sales (o Camelo, primo do jogador), Fernanda Gomes Castro (ex-namorada de Bruno), Wemerson Marques de Souza (o Coxinha) e Luiz Henrique Romão (o Macarrão).

Entre os depoimentos, foi ouvida a mãe do primo adolescente de Bruno, também envolvido no crime e que atualmente cumpre medida socioeducativa.

Ela disse que o filho lhe contou que o primeiro depoimento que prestou à polícia, no Rio, ocorreu por pressão de policiais e de um "tio de consideração", que tornou público o envolvimento dele no caso. Segundo a mãe do adolescente, o "tio" recebeu uma recompensa de R$ 50 mil, oferecida a quem soubesse do paradeiro de Eliza. A entrevista do homem a uma rádio carioca indicou, pela primeira vez, o suposto envolvimento de Bruno no caso.

Foram ouvidos também dois policiais civis que atenderam denúncias sobre o paradeiro do corpo da jovem, uma feita por telefonema anônimo e outra por um morador do bairro Liberdade em Ribeirão das Neves. Os policiais, porém, afirmaram que não foi encontrado nenhum indício que confirmasse as denúncias.

Outras duas testemunhas, muito questionadas pela defesa de um dos réus, foi um casal amigo de Bola --acusado de ter matado Eliza. Eles disseram que sabiam das atividades dele de adestramento de cães da raça rottwailler, e que chegaram a presenciar a obediência que os cães tinham aos comandos dele.

Todos os depoimentos serão anexados ao processo que está em andamento em Contagem.

Foi designada, para esta quinta-feira (21), mais uma audiência sobre o caso no fórum de Vespasiano (região metropolitana de BH). A previsão do Tribunal de Justiça de Minas é de que sejam ouvidas mais quatro testemunhas de defesa de Bola e de Dayanne, a partir das 13h.