Lula diz que aumentou IOF para barrar capital especulativo
Ao inaugurar nesta terça-feira seis usinas hidrelétricas em Goiás, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que resolveu elevar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre os investimentos estrangeiros para "facilitar a entrada de dólares para o setor produtivo e criar dificuldades para o dinheiro que entra apenas para aplicação na bolsa ou para especular".
Segundo ele, entraram no Brasil em setembro passado U$ 16 bilhões. Ele comparou esse valor às reservas que o país tinha em 2003, quando assumiu o governo. "Tínhamos U$ 16 bilhões de reservas [...] Eu dizia que quando chegássemos a U$ 100 bilhões seríamos um país chique. Hoje, temos U$ 300 bilhões", afirmou.
Ontem à noite, o governo voltou à carga para combater a desvalorização cambial e elevou novamente a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre as operações de estrangeiros em renda fixa no país, desta vez de 4% para 6%.
Também aumentou o imposto incidente sobre as margens (depósitos) exigidos para operações com derivativos, de 0,38% para 6%.
As medidas visam interromper a valorização excessiva do real. "A intenção é reduzir a rentabilidade no mercado futuro para os estrangeiros, é como um moderador de apetite", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao anunciar as medidas ontem.
No dia seguinte ao novo ajuste do IOF sobre renda fixa para estrangeiros, a cotação do dólar comercial voltou a encostar na faixa de R$ 1,70, perdido há quase duas semanas.
O dólar comercial foi trocado hoje por R$ 1,687 (valor de venda), em uma avanço de 1,26% sobre o fechamento anterior. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,701 e R$ 1,681. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,770 para venda e por R$ 1,630, para compra.
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