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Cidades/Geral
Sábado - 02 de Outubro de 2010 às 08:55
Por: Dhiego Maia

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A primeira chuva registrada nas cidades mato-grossenses após longo período de estiagem veio carregada de destruição. Por onde ela passou, casas foram destruídas, árvores arrancadas e ruas alagadas. Em Juína (distante a 735 quilômetros de Cuiabá) um vendaval invadiu a cidade e pôs abaixo estruturas metálicas de propagandas, postes de energia e árvores. De acordo com o prefeito da cidade, Altir Peruzzo, uma árvore caiu sobre a rede de transmissão de energia e deixou não apenas Juína, mas toda a região noroeste sem luz. A interrupção durou seis horas.

“O comércio e bancos tiveram que fechar as portas. Algumas casas foram invadidas pela água”, confirmou o gestor. Técnicos da Concessionária de Energia do Estado (Cemat) estiveram na região para o restabelecimento do serviço.

Situação semelhante ocorreu no distrito de Progresso, localizado na zona rural de Tangará da Serra (a 239 quilômetros de Cuiabá). Segundo o Corpo de Bombeiros da cidade, um vendaval de grandes proporções destruiu o telhado de 10 casas. Outras 50 ficaram parcialmente danificadas. Em uma das casas, só as paredes ficaram em pé. Uma tempestade de granizo ajudou a destruir as residências. De acordo com o sargento Fabiano Junqueira, do Corpo de Bombeiros, não chovia há mais de três meses na região. “Essa foi a nossa primeira chuva. Com pouco tempo ela foi bastante forte”, revelou.

Água Boa também sofreu prejuízos. A zona rural do município sofreu os maiores danos. Uma escola chegou a ser destelhada. Em Cuiabá, as trovoadas chegaram ao final da tarde de ontem associadas com vento forte. A chuva que não caía desde o dia 13 de julho chegou lenta e rápida na capital na última terça-feira. De lá para cá, a chuva seguiu intensa até ontem. De acordo com o Corpo de Bombeiros, até o momento, a chuva não ocasionou nenhum estrago de grandes proporções na Capital.

A instabilidade do clima, segundo os meteorologistas, decorre da transição entre estações. O inverno mato-grossense característico pela estiagem extrema agora dá vez, aos poucos, ao período chuvoso, que vai se avolumar a partir de novembro. O chefe de Divisão de Meteorologia do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM) em Porto Velho (RO), José Carvalho, explicou o fenômeno. “Nessa época de transição (estações), umidade e calor elevados provocam essas instabilidades”. Segundo Carvalho, durante o mês de outubro será comum chuvas com vendavais e granizo em Mato Grosso.

PREVENÇÃO - Alagamentos são uma constante em algumas cidades do Estado e, por isso, a prevenção é a melhor saída para se evitar grandes perdas. De acordo com o superintendente da Defesa Civil, major Aguinaldo Pereira, o município é o responsável pelas ações de prevenção. “É o município que deve se prevenir contra desastres fazendo mapeamento das áreas de risco, cadastrando as pessoas atingidas e divulgando alertas preventivos”, salienta.

Em Juína, por exemplo, a Comissão da Defesa Civil só se reúne quando as tragédias já aconteceram. Em Tangará, a comissão nem existe. A falta da cultura do risco, segundo ele, se estende a outros 27 municípios de Mato Grosso, desguarnecidos pela presença ou atuação da Defesa Civil.






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