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Economia
Sábado - 02 de Outubro de 2010 às 08:13
Por: Marcondes Maciel

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O forte período de seca que assola o Estado nos últimos meses reduziu a oferta de boi gordo e acelerou os preços da arroba para o pecuarista, que nunca estiveram tão valorizados como agora. De acordo com levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a arroba encerrou a semana com preço médio de R$ 83,10 à vista, incremento de 1,12% em relação à semana anterior (R$ 82,18). Há informações, contudo, de que o boi gordo estaria sendo negociado por até R$ 85 nesta semana. A vaca gorda também teve seu preço valorizado nas últimas semanas devido à escassez de oferta e chegou a ser negociada a R$ 76,74/arroba, aumento de R$ 1,08/arroba em relação à semana anterior.

Na avaliação do vice-presidente da Associação dos Criadores do Estado (Acrimat), José João Bernardes, os preços pagos atualmente ao produtor mato-grossense estão sendo remuneradores e permitem uma margem de lucro mesmo com os gastos extras com a aquisição de ração para o suprimento dos animais neste período de escassez de pastagens. Na semana passada, o melhor preço registrado foi de R$ 86/arroba, na região de Sorriso (420 quilômetros ao norte de Cuiabá).

No acumulado de janeiro a julho de 2010, a arroba do boi gordo obteve alta de 15,16%, sendo comercializada, no mês passado, a R$ 76,58/arroba, no pagamento à vista. Essa melhora nos preços da arroba do boi gordo acarretou um aumento no preço pago pelo gado de reposição. Neste contexto, o bezerro de desmama (5,50 arrobas) registrou no acumulado deste ano uma valorização de 11,01%, sendo comercializado no mês de agosto a R$ 601,58/cabeça.

Na avaliação dos analistas, o aquecimento nos preços da cadeia de gado de corte se intensificou devido ao clima seco que predomina na maior parte das regiões produtoras de Mato Grosso. Os preços do bezerro também seguem firme, sendo comercializado por até R$ 720/cabeça na maioria das regiões.

ABATES - Levantamento do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea) mostra que devido à redução dos estoques na época da entressafra, os abates no mês de agosto ficaram em 358,01 mil cabeças, queda de 3,73% em relação a julho. O volume abatido de machos registrou ligeira queda de 0,8%, fechando o mês em 255,97 mil cabeças. Os abates das fêmeas registraram os menores volumes do ano, com 102,03 mil cabeças.

Entretanto, segundo análise do Imea, no acumulado do ano o abate total segue com incremento de 8,73% na comparação com o mesmo período de 2009, acumulando 2,98 milhões de cabeças. “Depois de dois anos atípicos, por conta de uma crise de demanda e crédito, neste ano parece que vamos ter dois períodos bem determinados de safra e entressafra”, apontam analistas, lembrando que o aumento nos preços pagos pela arroba, as escalas mais apertadas e um abate menor são sinais da “natural movimentação do mercado nesta época do ano”.

Quando analisados apenas os dados relacionados ao abate de fêmeas, nota-se que a sua proporção no abate total vem registrando queda desde março. Neste ano – acumulado de janeiro a agosto – foram abatidos 1,04 milhão de cabeças, representando 35% dos abates totais. No mês passado, essa representatividade atingiu 29%, porcentagem mensal que não era vista desde outubro do ano passado.

Os fatores que podem justificar a queda no volume do abate é o bom momento do preço do bezerro e a falta de pasto na maioria das regiões do Estado, situação que impossibilita a engorda desses animais em algumas propriedades.






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