PF tem provas contundentes contra candidatos
A Polícia Federal está na cola dos candidatos que insistem na prática dos crimes eleitorais. Trezentos e cinquenta policiais trabalham em regime de plantão para investigar as denúncias de irregularidades relativas à Eleição 2010.
O delegado regional executivo da PF, Alexandre Custódio, afirmou que várias denúncias apuradas produziram provas contundentes suficientes para acarretar processos de cassação ou impedimento de diplomação de candidatos. O delegado argumenta que não pode citar casos concretos porque se tratam de investigações que podem ou não levar o envolvido a responder por crime eleitoral.
Nos locais vasculhados pela PF, foram encontradas tickets de vale combustível, listas de distribuição de cestas básicas e listas com nomes de eleitores com o número dos respectivos títulos, sugerindo a compra de votos. “São provas concretas que comprovam que muitos ainda utilizam práticas ilícitas para disputar a eleição. Estamos trabalhando para coibir os crimes eleitorais”, disse o delegado.
De acordo com Custódio, as provas adquiridas pela PF envolvem candidatos a deputado estadual e federal. O delegado pontuou que até quarta-feira não havia indícios de crimes eleitorais contra nenhum candidato a senador ou governador.
Ele conta que o principal foco de atuação da Policia Federal está na prevenção e repressão aos crimes eleitorais, visando desencorajar candidatos ou cabos eleitorais da prática dos delitos previstos na legislação eleitoral, como a compra de votos, distribuição de cestas básicas, transporte irregular de eleitores, boca-de-urna, abuso da força ou de poder econômico.
As denúncias geralmente partem da Justiça Eleitoral. Contudo, a PF também apura aquelas em que o cidadão liga diretamente para o órgão relatando situações diversas. Os últimos mandados de busca e apreensão que “vazaram” na imprensa foram cumpridos na Secretaria Estadual de Educação, envolvendo o candidato a deputado federal Ságuas Moraes (PT) e o candidato a senador Carlos Abicalil (PT), e no escritório do candidato a deputado federal Júlio Campos (DEM). As investigações estão em andamento.
O delegado regional executivo explica ainda que o efetivo policial está atuando em Cuiabá e Várzea Grande e nas delegacias regionais de Cáceres, Sinop, Barra do Garças e Rondonópolis.
Antes do início do processo eleitoral, a PF se reuniu com os juízes das comarcas do interior do Estado com a finalidade de traçar estratégias de atuação conjunta. Nos locais onde a Polícia Federal não conta com efetivo os juízes poderão colher provas e trabalhar com a ajuda das polícias Civil e Militar. “A soma dessas ações, e através dos órgãos de inteligência, fará com que a PF cumpra sua atribuição constitucional de reprimir os crimes eleitorais”, finalizou Custódio.
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargador Rui Ramos, afirmou que através de um trabalho conjunto com as polícias e o Ministério Público Eleitoral (MPE) o órgão irá acelerar os procedimentos de investigação com a finalidade de impedir a diplomação de candidatos eleitos que tenham cometido crime eleitoral.
Somente ontem, cinco diligências foram realizadas em Cuiabá e Várzea Grande em virtude de denúncias de compra de votos.
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