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Brasil Eleições 2012
Sexta - 01 de Outubro de 2010 às 08:45

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Para quem imaginava que o último debate da campanha presidencial antes do primeiro turno poderia trazer um golpe certeiro ou uma atuação desastrosa de um dos três principais candidatos deve ter se sentido frustrado.

Realizado pela Rede Globo, o encontro mostrou Marina Silva (PV) mantendo a tática recente de fustigar os adversários, enquanto José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) evitaram um confronto direto, embora o tucano tenha desferido leves golpes contra a petista ao longo do encontro.

Os escândalos recentes de corrupção na Casa Civil e da quebra de sigilos fiscais de pessoas ligadas a Serra ficaram fora da discussão.

A três dias da eleição, o encontro refletiu a tentativa de Marina, em terceiro nas sondagens de intenção de voto, de atrair o voto do eleitor para chegar ao segundo turno. Líder nas pesquisas e com chances de ser eleita já no domingo, Dilma teve alguns entreveros com a candidata verde, ao mesmo tempo em que ignorou Serra.

Em um dos embates mais duros, Marina associou Dilma a Serra, apontando em ambos uma visão gerencial de governo.

"Eu tenho dito que ela (Dilma) e Serra são muito parecidos, porque eles têm perfil puramente gerencial. No seu mundo, você (Dilma) corretamente coloca os acertos e os ganhos, mas você não olha para os novos desafios", disse Marina.

"É por isso que eu digo, cada vez mais, que o brasileiro olha para meu projeto porque não quer mais entrar no mundo azul do Serra ou no mundo cor de rosa da Dilma", completou.

Ao tratar sobre a necessidade de habitação, Marina hostilizou Serra diretamente, após o tucano enumerar suas prioridades nesta área que incluíram regularização da propriedade, preferência a quem ganha menos de três salários mínimos e urbanização de favelas. Como se tratava de tréplica, o tucano não pode responder.

"A questão de tratar as coisas como passe de mágica é que precisa acabar no Brasil. Não vi essa prioridade, Serra, no período que você foi prefeito e governador. Visitei o bairro de Capão Redondo e eles reclamaram da urbanização", disparou a candidata, que em outras investidas criticou o desempenho dos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva em bloco, referindo-se "aos últimos 16 anos".

Já era mais de meia-noite quando Serra revidou, depois de Marina afirmar que ele fica irritado com perguntas. Juntou na resposta Marina e Dilma ao citá-las como ministras do governo Lula na época do escândalo do mensalão.

"Não use sua régua para medir os outros. Eu não gosto de usar minha régua para ficar medindo. Se eu fosse usar minha régua eu diria que você e a Dilma têm muito mais coisas parecidas do que quaisquer outros candidatos aqui", disse. Serra.

"Você ficou no governo, ficou no PT até há pouco. Você estava no governo do mensalão, não saiu do governo, continuou lá como ela", acrescentou.

Dilma arrancou risos da plateia ao responder a uma pergunta de Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) sobre a falta de transparência nas doações financeiras da campanha.

Quando a petista disse que todas as suas doações são oficiais, parte do público riu e Dilma reagiu: "Lamento os risos de quem não tem a mesma prática", disse, recebendo aplausos.

Plínio repetiu o papel de metralhadora giratória, empunhando a bandeira do socialismo e da suspensão do pagamento da dívida externa. Também aproveitou para pedir votos para o partido e para os deputados Ivan Valente e Luciana Genro especificamente.

"Aqui tem três candidatos do sistema, e um de fora do sistema", disse.

(Reportagem de Maria Pia Palermo e Natuza Nery, no Rio de Janeiro; reportagem adicional de Vladimir Goitia, em São Paulo)





Fonte: Terra

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