Gilmar Mendes diz que não foi pautado por questões político-partidárias
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes afirmou nesta quinta-feira que jamais foi pautado por questões político-partidárias em suas decisões.
Reportagem da Folha, publicada hoje, revelou que o candidato à Presidência José Serra (PSDB) telefonou na última quarta-feira para o ministro do Supremo por volta das 14h.
No fim daquela tarde, Mendes pediu vista (mais prazo para análise) no julgamento de uma ação direta de inconstitucionalidade do PT.
O partido é contra a exigência de o eleitor ser obrigado a apresentar, no momento do voto, o título e um documento com foto. O PT teme um grande número de abstenção por conta disso.
"Isso improcede em toda a extensão", afirmou o ministro do STF. "Quem me conhece sabe muito bem que jamais me deixei pautar por interesses político-partidários", completou.
Durante o julgamento, que na tarde desta quinta-feira pelo Supremo, Mendes afirmou também que já havia exposto aos seus colegas a preocupação de julgar a ação do PT nas vésperas das eleições.
Ao defender-se, Gilmar Mendes lembrou que o ministro Marco Aurélio pediu vista no julgamento sobre a demarcação da terra indígena Raposa/Serra do Sol quando já havia 9 votos.
Na última quarta-feira, Mendes interrompeu o julgamento quando sete ministros haviam votado pela exigência de apresentação de apenas um documento com foto, descartando a necessidade do título de eleitor.
"Pedido de vista significa uma necessária pausa para reflexão. Nós temos aqui inúmeros casos em que, após um pedido de vista, mudou-se o rumo do julgamento", argumentou.
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