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Quinta - 30 de Setembro de 2010 às 08:50
Por: Tania Rauber

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Setenta e duas obras precisam ser construídas em Cuiabá para resolver os problemas de engarrafamento nos horários de pico. Destas, 40 serão executadas nos próximos 4 anos, preparando a cidade para a Copa de 2014. Os investimentos devem chegar a R$ 2 milhões, metade do que seria necessário para concluir todo o projeto.

O levantamento foi feito pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes, que apontou os principais gargalos encontrados no trânsito cuiabano. Entre eles está a falta de espaço de uso coletivo. Hoje, menos de 30% da área urbana da Capital é ocupada por ruas, avenidas, praças, calçadas. Segundo o secretário Edivá Soares, o ideal seria pelo menos 40% da área. "Se fosse assim não teríamos tantos problemas como temos hoje".

A situação mais caótica é encontrada na área central. As ruas e calçadas estreitas dificultam tanto a trafegabilidade de veículos quanto de pedestres. Para resolver esta situação, casas precisarão ser desapropriadas e imóveis que ocupam a faixa de domínio derrubados. Por outro lado, nos bairros, sobram espaços.

Cuiabá possui 25 mil hectares de área urbana. A média é de 20 habitantes por hectare (espaço igual a um campo de futebol), número que está bem abaixo do que é considerado ideal. "O ideal seria 80 habitantes por hectare. Temos uma cidade espalhada que gera um custo administrativo muito alto, e reflete, diretamente, no transporte público".

Soares argumentou que de nada adianta melhorar o conforto dos ônibus que prestam o serviço, se eles não conseguirem completar o percurso no horário previsto. "As longas distâncias e gargalos no trânsito são o maior problema do transporte coletivo e refletem diretamente no valor da tarifa".

Solução - O presidente do Sindicato dos Motoristas, Olmir Justino Fêu, destacou que uma das apostas dos trabalhadores do setor é a implantação do Bus Rapid Transit (BRT), que é um corredor específico para ônibus, no qual os veículos ficam separados dos carros particulares. O projeto está incluso no pacote de obras para a Copa.

A proposta é implantar duas linhas. Uma ligará a região do Coxipó, desde o trevo de acesso ao Tijucal, ao Centro de Cuiabá, e outra o CPA ao aeroporto de Várzea Grande. Os passageiros serão deixados em uma estação que faz a trajetória dentro do corredor. "Acreditamos que o BRT vai resolver em 80% os problemas tanto dos trabalhadores quanto da população que utiliza o serviço. Hoje, as dificuldades que encontramos estressa todos. Não somente os passageiros, mas também os trabalhadores".

Com estas melhorias, a expectativa é que mais pessoas passem a utilizar o transporte coletivo na cidade. "Hoje as pessoas preferem motos, mas sabemos que se o transporte coletivo for rápido, muitos voltarão a utilizá-lo, pois oferece menos risco".

Hoje, 270 mil pessoas utilizam o serviço em Cuiabá diariamente. Em Várzea grande são 90 mil e mais 20 mil que usam o intermunicipal.

Durante a Copa, de acordo com estudos da Fifa, 60% dos torcedores devem usar o transporte coletivo para chegar até a arena dos jogos, centros de treinamentos, aeroporto, fan park e hotéis.

A expectativa de melhora no trânsito também é vista em outros segmentos. O taxista Willian Oliveira Calassa trabalha há mais de 10 anos nas ruas e avenidas de Cuiabá e lida diariamente com os mesmos problemas enfrentados pelos 550 mil cuiabanos. Ele lembra que hoje, os motoristas não encontram mais corredores alternativos para fugir dos congestionamentos.

"O horário de pico que há algum tempo era de uma hora, hoje dura até duas horas. Quando você pensa em buscar uma rota alternativa, não tem saída, porque tudo fica congestionado. Vamos esperar que estas obras sejam executadas e ver se elas realmente vão resolver os problemas".





Fonte: A Gazeta

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