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Quinta - 30 de Setembro de 2010 às 08:29
Por: Fernando Duarte

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O primeiro dia da greve dos bancários já causa dificuldade para a população, que acordou com as fachadas das agências preenchidas por cartazes e faixas. Das 280 unidades no Estado, mais de 100 estão paralisadas. A direção grevista acredita que o número vai aumentar rapidamente, pois o efeito do movimento será sentido a partir de hoje no interior de Mato Grosso.

Cliente do Banco da Amazônia desde 1956, o aposentado Joazir Bucair, 73, viu diversas vezes as paralisações. Ele tinha saído da agência localizada na avenida Getúlio Vargas, em Cuiabá, com um talão de cheques. Com a greve, não será possível haver troca. "Deve haver um diálogo entre a classe dos bancários e os banqueiros. Todo o ano é isso".

O administrador de um posto de combustível, Airton Rafa Júnior, 43, ficou sem sacar grande quantia de dinheiro ontem para fazer os pagamentos. "Preciso estar lá dentro (no atendimento pessoal), só pelo caixa eletrônico não consigo sacar. Não dá para ficar tirando de R$ 1 mil em R$ 1 mil".

Com a paralisação, quase todos os serviços bancários não serão feitos. Somente os de compensação e os relacionados aos caixas eletrônicos, este não está incluso na "lei de greve", mas foi decido em reunião que será mantido, segundo os bancários.

Não apenas os correntistas ficaram prejudicados com a situação. O vendedor de pipoca Antônio Oliveira Alves, 67, no final da tarde, mudou de ponto. O movimento em frente à agência do Banco Bradesco, na rua Barão de Melgaço, caiu 50%.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso, Arilson da Silva, diz que a intenção da greve não é causar transtorno para a sociedade, no entanto, é a forma encontrada pela categoria de pressionar os banqueiros sobre as reivindicações. "No movimento do último ano, conseguimos aumentar o número de efetivos no Banco do Brasil e na Caixa Econômica de Mato Grosso. Só no Banco do Brasil foram 335 servidores".

Os bancários de todos os estados mais o Distrito Federal entraram em greve, após rejeitarem o reajuste de 4,29% apresentado pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). A categoria exige, entre outros pontos, reajuste de 11%, maior segurança, proibição de transporte de valores por funcionários, auxílio educação.

Outro lado - A Fenaban informou que a entidade está disposta a negociar com os bancários, mas rejeita o reajuste de 11%. A federação taxou de "radical" o movimento, "que abandonou a mesa de negociações apesar da Fenaban ter garantido reposição da inflação a fim de negociar aumento real".





Fonte: A Gazeta

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