Banco chileno negocia aliança com Banco do Brasil

O Corpbanca, quinto maior banco privado do Chile, disse que a entrada no Banco do Brasil, maior instituição financeira da América Latina em ativos, seria na qualidade de acionista minoritário, com não mais que 10% da propriedade.

O banco chileno destacou que até o mofento "não há acordo com a entidade brasileira, muito menos algum documento assinado a respeito".

O BB tem dito que está considerando a compra de participações em instituições financeiras no Chile, Peru e Colômbia, onde a presença de empresas brasileiras tem crescido com força nos últimos anos.

"A Corp Group Interhold, na qualidade de controladora indireta do Corpbanca, tem mantido conversas informais e preliminares com representantes do Banco do Brasil", disse a Corp Group em carta enviada ao regulador local chileno.

A família Saieh, que controla o banco chileno, acrescentou que até esta data "não existe acordo alcançado com o banco brasileiro, muito menos algum documento assinado a respeito".

Procurado, o BB não tinha representantes imediatamente disponíveis para comentar o assunto.

As especulações sobre a venda de uma participação no Corpbanca a um grupo estrangeiro vêm impulsionando as ações do banco, com valorização máxima de 14,5% nesta semana, para o valor inédito de 8 pesos chilenos.

Depois do anúncio oficial das negociações, porém, os papéis do Corpbanca passaram ao terreno negativo. Às 13h35 (horário de Brasília), as ações do banco negociadas em Santiago recuavam 1,8%, para 7,46 pesos chilenos. Antes de divulgar o comunicado sobre as conversas com o BB, elas subiam mais de 1,5%.

O BB está no meio de uma ofensiva de expansão internacional. Em abril, comprou o controle do banco argentino Patagonia. No mês passado, o banco brasileiro revelou uma aliança com o Bradesco e com o português Banco Espírito Santo para se expandir na África.

O BB levantou pouco mais de R$ 7 bilhões com uma oferta primária de ações em junho, para reforçar sua base de capital e financiar eventuais aquisições.

As ações do Corpbanca já subiram cerca de 85% em 2010, enquanto o principal índice de ações do Chile, o IPSA, avançou 33%.