Marina acusa Lula e Serra de tentarem intimidar imprensa
A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, fez nesta segunda-feira críticas veladas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e diretas ao seu adversário do PSDB na disputa, José Serra. Segundo ela, os dois tentam intimar a imprensa.
"Defendo a liberdade de imprensa e acho que temos que primar por uma cobertura que seja isenta, que coloque os fatos para que cada cidadão forme a sua opinião. Não deve ter nenhum tipo de censura para que as pessoas possam ter acesso aos acontecimentos. Agora, existem duas formas de tentar intimidar a imprensa, uma é aquela que vem a público e coloca de forma infeliz uma série de críticas. E outra é aquela que, de forma velada, tenta agredir jornalistas, pedir cabeça de jornalista, que dá na mesma coisa. O respeito pela democracia e pela liberdade de imprensa é permitir que a informação circule e estar sempre atento para que circule com critério ético e de Justiça."
Ao ser questionada a quem se referia, Marina citou apenas Serra. "Olha, vocês têm reclamado muito de que o governador Serra, nos últimos dias, tem ficado nervoso quando fazem alguma pergunta que ele não gosta", disse.
"Eu tenho visto relatos de pessoas que cobram as campanhas, de que existem momentos, quando são feitas perguntas que não consideradas agradáveis, há uma atitude, às vezes, de intimidação dos jornalistas. Eu ouço esses relatos", reiterou.
Marina fez as declarações durante caminhada em Guarulhos, em São Paulo, na manhã de hoje.
No entanto, Lula tem feito fortes ataques à imprensa. Ele afirmou que alguns veículos de imprensa se comportam como partidos políticos.
"Eu queria pedir para você, Dilma, e para você, Mercadante, não percam o bom humor, deixa eu perder. Eu já ganhei. Se mantenham tranquilos porque outra vez nós não vamos derrotar apenas os nossos adversários tucanos, nós vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como partido político e não têm coragem de dizer que têm partidos políticos, que têm candidatos, que não têm coragem de dizer que candidatos que não são democratas e pensam que são democratas. Democrata é este governo que permite que eles batam."
Segundo ele, os donos de jornais e revistas ficariam com vergonha se lessem os jornais e revistas que fazem.
"Tem dia que determinados setores da imprensa brasileira chegam a ser uma vergonha. Se o dono do jornal lesse o seu o seu jornal ou o dono da revista lesse a sua revista, eles ficariam com vergonha do que eles estão escrevendo exatamente neste momento. E eles falam em democracia. A democracia que eles não suportam é dizer que a economia brasileira vai crescer mais de 7% neste ano."
Depois, Lula disse que a "cobertura da imprensa chega a quase beirar o ódio". "Já fui vítima do que está acontecendo hoje. O povo de 2010 não é mais massa de manobra, como era 30 anos atrás. Não tem mais essa de que se deu na TV é verdade. O povo sabe quando é mentira. Tem, às vezes, má fé. Quando falam mal de mim e eu estou errado, dou a mão à palmatória", disse.
Num terceiro momento, o presidente disse que a imprensa brasileira deveria assumir "categoricamente que ela tem um candidato e tem um partido". "Seria mais simples, seria mais fácil. O que não dá é para as pessoas ficarem vendendo uma neutralidade disfarçada. Muitas vezes fica explícita no comportamento que eles têm candidato e gostariam que o candidato fosse outro. Tiveram assim em outros momentos. Acho que seria mais lógico, mais explícito. Mas, eles preferem fingir que não têm lado e fazem críticas a todas as pessoas que criticam determinados comportamentos e determinadas matérias", disse.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
Marina também falou sobre as investigações da Polícia Federal no Ministério do Meio Ambiente quando cuidava da pasta, no governo Lula. Dilma Rousseff (PT) citou o episódio ontem durante debate entre os presidenciáveis na TV Record.
"Quem acompanhou minha passagem pelo ministério sabe que tomei providências de todas as denúncias que foram apresentadas, encaminhando à Polícia Federal. Não é a toa que 125 funcionários do Ibama foram presos envolvidos em crimes ambientais, 1.500 empresas foram desconstituídas e eu criei um sistema transparente de desmatamento. E quando quiseram revogar o sistema, eu pedi para sair do governo."
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