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Domingo - 26 de Setembro de 2010 às 01:52
Por: Marcos Lemos

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Fac-símile do cheque mostra nome de Mauro, da empresa e a data
Fac-símile do cheque mostra nome de Mauro, da empresa e a data

Mauro Mendes (PSB), candidato ao governo do Estado, é alvo de execução judicial e teve oferecido pedido de investigação endereçado ao Ministério Público sobre um suposto não pagamento de cheque no valor de R$ 1,191 milhão a título de fornecimento de combustíveis por parte da empresa Ribeiro Miguel Sutil Auto-Posto, ou Posto Millenium, que fica numa das avenidas mais movimentadas da Capital, a Miguel Sutil, esquina com a Rua João Bento, no bairro Duque de Caxias, próximo ao Parque Mãe Bonifácia.

A existência de um cheque assinado por Mauro Mendes foi denunciada em reportagem postada no site RDNews.com.br, na noite de sexta-feira (24). O cheque, que é de uma conta do Banco do Brasil, agência Coxipó, foi depositado no Banco Bradesco, também agência Coxipó de número 1461-3 e devolvido sob alegação de alínea 21 (sustação), em 17 de setembro deste ano, um dia após a emissão. Pelas informações contidas no documento, cuja cópia foi divulgada no site, a firma, assinatura e veracidade da fotocópia, além da conta corrente em nome de Ribeiro Miguel Sutil Auto-Posto foram reconhecidas em cartório.

A autenticidade feita pelo Cartório Extrajudicial Xavier de Matos, também na região do Coxipó, na quinta-feira (23), traz a seguinte declaração em carimbo: "A presente fotocópia confere com o original apresentado. Cuiabá-MT, 23/09/2010" e vem assinado pelo responsável, não deixando dúvida que o documento é verdadeiro.

Dívida - Empresária Marilene Ribeiro, proprietária da empresa Ribeiro Miguel Sutil Auto-Posto, no caso Posto Millenium (bandeira da Petrobras), é a dona da dívida. Procurada por A Gazeta, em um primeiro momento preferiu não conceder entrevista, declarando não querer polemizar, mas apenas receber o que lhe é devido.

Novamente contatada, por telefone, ela limitou-se a dizer que "ele (Mauro Mendes) sabe da existência da dívida e que estaria saturada de não obter resposta do empresário e de seus assessores mais diretos". Marilene Ribeiro lamentou que a decisão para se construir um entendimento fosse a procura da Justiça.

"Não vou dar mais declarações. Se quisesse expor o problema teria marcado uma coletiva com a imprensa. Qualquer declaração somente será feita através do meu advogado, Otto Medeiros", frisou a empresária.

Decepção - Um conhecido de Marilene Ribeiro, que preferiu omitir o nome, confirmou que ela estaria decepcionada com o que aconteceu, mas que "o valor pode ser irrelevante para Mauro Mendes, empresário de sucesso e rico, mas para ela significaria muito, inclusive porque, da dívida, nem tudo é seu, ou seja, os combustíveis ou serviços prestados através do posto têm que ser repassados aos fornecedores e trabalhadores".

Também para a mesma pessoa, ela lamentou a situação e disse que prefere solucionar o problema de forma indireta, ou seja, na Justiça, já que foram esgotadas todas as possibilidades de um entendimento amigável, através de uma negociação entre as partes.

Preço - Levando-se em consideração que se trata da aquisição de combustível e pegando como exemplo o preço médio praticado em Cuiabá do litro da gasolina como sendo R$ 2,70, o valor devido daria para adquirir aproximadamente 442 mil litros do produto, suficientes para abastecer 8.840 veículos com taques de 50 litros. Vale lembrar que a quantidade pode variar já que os preços dos combustíveis, gasolina, álcool ou diesel oscilam semanalmente e são diferenciados entre si.

Outras denúncias - Na semana que passou, o estrategista Léo Pereira, o primeiro marqueteiro da campanha a governador de Mauro Mendes (PSB), também decidiu cobrar na Justiça os trabalhos desenvolvidos pró-candidatura do socialista. Ele foi afastado da campanha por decisão pessoal de Mauro e não conseguiu chegar a um acordo sobre os 60 dias de efetivo trabalho e outros quatro meses de planejamento da campanha eleitoral.

Léo Pereira explicou que existe um contrato que teria sido cumprido em parte e garante que as ideias e ações da campanha de Mendes vêm sendo utilizadas. Ele e sua equipe ainda participaram da criação do Plano de Governo.

Outro lado - Procurado pela reportagem, Mauro Mendes não atendeu aos telefonemas, o que acabou levando o advogado Paulo Taques, coordenador jurídico da campanha da coligação Mato Grosso Melhor Pra Você, a se manifestar. O primeiro posicionamento de Paulo Taques foi feito aos sites de notícias. Depois encaminhou ao jornal A Gazeta nota de esclarecimento.

Na nota, é confirmada a existência do documento e de que o mesmo foi emitido pelo empresário e candidato Mauro Mendes, no valor de R$ 1,191 milhão. Ele ressalva que "Mauro Mendes nunca realizou qualquer negócio com a empresa Ribeiro Miguel Sutil Auto-Posto e que o cheque fora emitido no ano de 2008, alegando que isto será comprovado pela numeração a ser fornecida pelo Banco do Brasil, como simples garantia de negócios de terceiros (caução) que, depois, não se realizou por ter havido desacordo comercial".

A nota, ao se referir a um "desacordo comercial" que foi realizado entre particulares, esclarece que "neste momento" vai preservar os nomes dos envolvidos.

Ao final, informa Paulo Taques que serão solicitadas "providências à Justiça Eleitoral e à Polícia Federal, para que apure a clara tentativa de utilização eleitoreira do cheque, tentando imputar ao candidato Mauro Mendes conduta que este não adotou".





Fonte: A Gazeta

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