Prefeito eleito sofre atentado no norte do México; é o segundo em menos de 24 horas

Supostos atiradores do narcotráfico dispararam e feriram gravemente um prefeito eleito no México nesta sexta-feira, no segundo ataque contra uma autoridade pública em menos de 24 horas.

Ricardo Solís Manríquez, recentemente eleito prefeito da pequena cidade de Gran Morelos, no Estado de Chihuahua, na fronteira com os EUA, recebeu dois tiros na cabeça e foi levado imediatamente ao hospital, informou Carlos González, porta-voz da promotoria estatal.

O ataque aconteceu em um estabelecimento comercial na estrada que liga Chihuahua a Cuauhtémoc, à altura do km 9. Solís passou por uma cirurgia e seu estado de saúde é grave, segundo um porta-voz do governo do Estado.

Ele foi eleito para a prefeitura de Gran Morelos --cidade de 3.000 habitantes-- em 4 de julho, representando uma aliança encabeçada pelo opositor Partido Revolucionário Institucional (PRI).

Na noite de quinta-feira, homens armados mataram o prefeito de Doctor González, uma cidade nos arredores de Monterrey, também no norte do México, enquanto ele dirigia para sua fazenda, no Estado de Nuevo León.

Desde meados de agosto, quatro prefeitos foram assassinados no norte do México, dois deles em Nuevo León e um no vizinho Tamaulipas, ambos na fronteira com os EUA e onde atua a organização Los Zetas.

Milhares de tropas mexicanas e policiais federais mobilizados em todo o país pelo presidente Felipe Calderón não têm conseguido dominar uma ofensiva brutal dos cartéis de droga. O governo mexicano contabiliza 28 mil mortes ligadas à luta contra o narcotráfico desde dezembro de 2006, quando Calderón lançou a perseguição aos cartéis.

Na maior cidade de Chihuahua, Ciudad Juárez, 6.600 pessoas morreram pela violência do narcoterrorismo desde janeiro de 2008.

Calderón condenou a morte do prefeito de Doctor González nesta sexta-feira e pediu a continuidade da luta do Exército contra os cartéis.

"Eu reitero minhas condolências pelo assassinato covarde de Prisciliano Rodríguez, prefeito de González. É preciso redobrar a luta contra esses criminosos", disse Calderón em mensagem no site de microblog Twitter.