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Sábado - 24 de Agosto de 2013 às 08:04
Por: KAMILA ARRUDA

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Com apenas oito meses de gestão, a Câmara de Vereadores e a prefeitura de Cuiabá entraram em confronto direto, em que os poderes têm utilizados todas as “armas” que possuem para atingir um ao outro. Para o cientista político João Edisom de Souza, este conflito vai denegrir ainda mais a imagem do Legislativo perante a população e desgastar a administração municipal. 


 
“É papel da Câmara fiscalizar os atos do Executivo, mas não vejo nada de tão grave assim para que sejam instauradas tantas CPIs. Virou uma coisa sem pé nem cabeça. Voltamos ao passado. Isso foi uma atitude prematura, tanto dos vereadores quanto do prefeito, que rebateu a atitude da Câmara propondo novas investigações. Se essas investigações não derem nada lá na frente, este vai ser o maior mico da história. O povo tem odiado CPI tanto quanto odeia os políticos e eles conseguiram agregar as duas coisas”, refletiu o cientista. 


 
João Edisom acredita que esses processos investigatórios só vão aumentar a falta de harmonia entre a Câmara e o Palácio Alencastro por dois motivos: se tratar de interesses financeiros e partidários. 


 
Desta forma, ele classifica a situação como uma “baixaria de gestão”, em que estão sendo utilizados os meios de comunicação para exporem os seus posicionamentos. 


 
“É nítido que essas CPIS foram criadas como forma de vingança da Câmara e o Mauro rebateu. Há interesses econômicos por trás disso e este confronto começou há muito tempo, desde a eleição da mesa diretora. Até agora, eles tinham ficado numa guerra fria, mas resolveram botar a cabeça para fora e foram para o encontro direto. Essa briga só tende a se acirrar daqui para frente, pois com o início dos trabalhos das CPIs, com certeza, vão aparecer novas denúncias que vão por chamas nesse embate”, diz. 


 
Apesar de os dois lados estarem ativos nesta “briga”, João Edisom acredita que o prefeito Mauro Mendes (PSB) sairá vitorioso, simplesmente pelo fato de estar à frente do Palácio Alencastro. 


 
“Certo ou errado, o prefeito sai ganhando, pois é ele o executor. É o responsável por executar todas as coisas da cidade. Já a Câmara, tem o papel de legislar e apresentar as propostas”, explica. 


 
Em menos de uma semana, a Câmara de Cuiabá recebeu cinco requerimentos solicitando a instauração de CPIs. Destas, uma é contra o prefeito e duas contra o presidente do Legislativo, vereador João Emanuel (PSD). Trata-se de investigação acerca de supostas irregularidades no processo licitatório para a locação de maquinários, alteração nas emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias e a inconstitucionalidade de dois projetos de lei apresentados pelo social-democrata sobe o uso e ocupação do solo e recursos hídricos. 


 
As demais são referentes aos processos legislativos e aos serviços que a concessionária de saneamento da Capital, CAB Cuiabá, vem oferecendo à população cuiabana. 


 
O cientista acredita que esta situação veio à tona por conta dos vetos de Mendes aos quatro projetos que ficaram conhecidos como “Pacotão dos Transportes”. 


 
“A população já está frustrada com tudo isso. Essa briga só vai se acirrar daqui pra frente e alterar ainda mais a relação entre o Executivo e o Legislativo, todo este quadro só vai aumentar a crise. Agora, a primeira pergunta que deve ser feita é: se não houvesse os vetos, haveria CPI? Isso descaracteriza totalmente a intenção dos vereadores, que é de investigar e fiscalizar”, pontua. 





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