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Saúde
Sexta - 24 de Setembro de 2010 às 08:51

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Mato Grosso tem 980 pessoas na fila de espera por um transplante e apenas 12 cirurgias de córnea foram realizadas este ano. Na lista, 638 pacientes precisam de rins e 342 de córneas. A falta de profissionais capacitados e de estabelecimentos credenciados ao Ministério da Saúde estão entre os obstáculos ao atendimento.

O Estado tem 2 hospitais habilitados e a mesma quantidade de equipes médicas para o transplante de córnea. Já o de rins está suspenso desde maio do ano passado, porque o Hospital Geral Universitário (HGU), referência para o procedimento, não tem alvará sanitário.

A coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Fátima Melo, diz que devido a dificuldade, a captação de órgãos também funciona de forma lenta. As comissões intra-hospitalares, responsáveis por abordar os familiares e pedir autorização para a retirada, atenderam 43 doações, sendo 40 de pacientes vítimas de parada cardíaca e 3 de morte encefálica, em 2010.

No processo, são retirados rins, córneas, pâncreas e osso. O material é disponibilizado para a rede nacional e atende pessoas que estão em lista de espera única.

Os critérios de escolha são a compatibilidade do paciente com o órgão, a distância entre a equipe de transplante e unidade coletora, bem como o tempo de espera.

O fígado, coração e pulmão deixam de ser usados porque o transplante não é feito em Mato Grosso e o tempo entre a extração e cirurgia é de 24h. A situação dificulta a chegada do material em condições favoráveis aos hospitais em outros Estados.

Os mato-grossenses que precisam de um transplante são encaminhados em caso de urgência para unidades hospitalares fora do Estado. Antes de conseguir atendimento, eles aguardam ser regulados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Doação - As 4 comissões intra-hospitalares do Estado precisam da autorização da família para agir. Mesmo que o paciente tenha o documento de identificação com o registro de doador, apenas os parentes podem autorizar. A coordenadora da Central de Transplantes explica que as pessoas devem deixar claro para a família o desejo de doar os órgãos.

Ela relata que o procedimento é uma corrida contra o tempo e os profissionais abordam as pessoas em um momento de abalo emocional devido a perda. Muitos alegam que nunca ouviram o possível doador manifestar em vida a autorização pela retirada dos órgãos.

Outro problema comum é a falta de preparo dos profissionais em abrir e fechar os protocolos necessários para comprovar a morte encefálica. Quando o diagnóstico demora, a possibilidade de aproveitar os órgãos diminui. O doador do interior acaba sendo transferido para Cuiabá, onde há médicos mais experientes.

Data - Na próxima segunda-feira (27), será comemorado o Dia do Doador de Órgão e Tecido. A Central Estadual de Transplantes vai oferecer cursos de capacitação para os profissionais da área de saúde.

Fátima Melo afirma que o objetivo é reduzir a carência de funcionários nas equipes. Ela assegura que 4 médicos da Capital serão encaminhados para instituições em São Paulo para fazer especializações. Além da parte teórica, o profissional precisa ter experiência de 2 anos para compor uma equipe credenciada pelo Ministério da Saúde.





Fonte: A Gazeta

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