PT usa Seduc como ‘comitê’ de Ságuas e Carlos Abicalil
A chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Terezinha Furtado Mendonça, enviou do e-mail funcional dela convites para atos políticos em favor dos candidatos do PT Ságuas Moraes e Carlos Abicalil, que disputam vagas de deputado federal e senador. Foi isso que levou a Polícia Federal realizar na terça-feira (21) busca e apreensão na maior secretaria do Estado para investigar uso da estrutura pública na campanha.
O envio de e-mail para diretores e professores da rede estadual foi confirmado ontem pelo deputado Ságuas Moraes, que comandou a Seduc até o mês de março antes de passar o comando para Rosa Neide, também indicada para o cargo pelo PT.
Ságuas alega que o uso do e-mail funcional se trata de um lapso, já que havia alertado os servidores no início da campanha para evitar qualquer irregularidade. "Ela enviou esse material da casa dela, mas acabou esquecendo das complicações legais disso e usou o e-mail funcional da Seduc para enviar convites para professores da escola estadual Raimundo Pinheiro (na avenida Fernando Correa".
A Seduc confirmou ontem que a chefe de gabinete teve o computador apreendido pela PF, assim como a secretária Rosa Neide. Um pronunciamento oficial sobre o caso, no entanto, só será feito depois das investigações serem concluídas pela Procuradoria Regional Eleitoral, que recebeu a denúncia de uso da máquina pública na campanha a partir do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE).
O advogado do MCCE, Vilson Nery, alega que o envio de e-mail é uma prova de que a Seduc teria se transformado num comitê eleitoral. O coordenador do Movimento, Antônio Cavalcante Filho, o Ceará, garante ainda que servidores públicos teriam enviado pessoas para entregar pessoalmente convites. Por isso, foi pedida quebra de sigilo de vários servidores. A Seduc conta com mais de 30 mil servidores públicos.
A busca e apreensão foram determinadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que se recusa assim como a Procuradoria Regional Eleitoral a dar detalhes da investigação porque o caso corre em sigilo. O uso da máquina pública vem ganhado destaque no país depois que o deputado federal Dr. Ubiali (PSB-SP) teve uma assessora flagrada convidando eleitores com o telefone funcional.
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