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Terça - 21 de Setembro de 2010 às 10:53

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Perícia da Polícia Federal identificou no computador da funcionária do Serpro Adeildda dos Santos, envolvida na quebra de sigilo fiscal de tucanos, uma troca de correspondência em 2007 entre o analista tributário Julio Cezar Bertoldo e o escritório de contabilidade Andradas.

Em depoimento à PF, Adeildda afirmou que Bertoldo a apresentou a três contadores e admitiu que recebia entre R$ 50 a R$ 200 para atender pedidos de pesquisas fiscais de contadores.

No e-mail, uma pessoa denominada "JC" diz que "o Nivaldo" tinha pedido dois CPFs e lista os números. Em resposta à demanda, Bertoldo teria dito que "vai providenciar a pesquisa" fiscal.

Ao se referir à suposta troca de e-mail com o escritório Andradas usando o computador de Adeildda, o analista diz ter estranhado o fato porque "nunca usou a máquina de Adeildda" para isso: "Não usei a máquina dela nem tenho e-mail no Hotmail".

Bertoldo admite ter respondido a e-mails de escritórios de contadores da região do ABC, antes da obrigatoriedade do uso de certificação digital no sistema do fisco, para orientá-los sobre documentos necessários para resolver pendências fiscais de clientes desses escritórios.

"Nunca teve troca de favor algum nem recebi nada", diz Bertoldo. Também diz que "não sabia" que não podia fornecer orientações a contribuintes por e-mail.

A Folha consultou outros analistas tributários que informaram ser "normal" trocar e-mails com contadores e profissionais de escritórios para fornecer orientações.

Bertoldo deve prestar esclarecimentos à PF hoje e afirmou que a polícia pode quebrar seu sigilo telefônico e fiscal: "Quando houve a quebra de sigilo detectada entre os dias 5 e 8 de outubro, eu inclusive estava em férias. Não tenho o que temer".

Na sexta, Bertoldo admitiu conhecer os nomes das pessoas que Adeildda --que foi afastada da Receita-- em seu depoimento à PF, que faziam encomendas de pesquisas fiscais por e-mail. Ela admitiu receber entre R$ 50 e R$ 200 por esse serviço.

Mas Bertoldo negou que teria apresentado essas pessoas à servidora do Serpro. A Folha não localizou responsáveis do escritório. 






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