Líder das pesquisas de intenção de voto em Goiás, o senador Marconi Perillo (PSDB), candidato tucano ao governo, mudou a tática adotada nos últimos debates e procurou evitar o confronto direto com os principais adversários, Iris Rezende (PMDB) e Vanderlan Cardoso (PR), durante o debate desta noite de segunda-feira (20), promovido pela Rede Record.
Desta vez, Marconi não foi protagonista de ataques durante o debate, limitando-se a responder as críticas mais acentuadas que recebeu de pelo menos três dos outros quatro concorrentes ao governo que participaram do encontro. Além de Iris e Vanderlan, a candidata Marta Jane (PCB) também apontou artilharia para Marconi. O candidato do Psol, Washington Fraga, também esteve presente no debate.
A nova estratégia pode ter tido ou não influência da perspectiva de segundo turno ter se insinuado há alguns dias no cenário eleitoral goiano, ou do crescimento do terceiro colocado nas pesquisas, o candidato governista Vanderlan Cardoso, nos índices de intenção de voto, justamente após polemizar com o tucano nos últimos debates. "Vim aqui para falar de idéias e não para o embate com os outros candidatos", justificou Marconi, em um momento do debate.
Mas mesmo insistindo mais no tom propositivo, Marconi teve que responder a questionamentos em relação a seus dois mandatos anteriores no governo do estado.
A candidata Marta Jane (PCB) disse que Marconi já a processou em mais de 40 ações durante a campanha e chamou de "mesmo cerceamento de opinião" o fechamento da Rádio K durante o governo Marconi, em 2002. Em direito de resposta pedido durante o debate, o tucano lembrou que "todos somos regidos pela constituição, a época do olho por olho já passou" e disse não achar nada de errado alguém procurar a lei quando se sente lesado moralmente.
Marta Jane também acusou Marconi de privilegiar frigoríficos com isenção de impostos e depois receber propina deles, o que estaria sendo investigado pelo STF. "Se eu tivesse alguma dívida com a Justiça, ela não me deixaria ser candidato", disse Marconi.
Vanderlan Cardoso criticou o programa eleitoral do tucano, que usou este ano, como em campanhas passadas do tucano, o humorista Pedro Bismark e seu personagem Nerso da Capitinga. "O senhor trouxe de novo um humorista para a campanha. O senhor vai continuar fazendo chacota com coisas tão importantes, o nosso estado?", questionou o republicano, qualificando o governo tucano como "um governo de maquiagem" e citando gastos em publicidade das administrações tucanas, além de empréstimos contraídos por elas.
Em resposta, Marconi ironizou o comportamento de Vanderlan. "O candidato Vanderlan está nervoso, não sei a razão disso", disse, lembrando que Vanderlan era aliado dele quando estava no governo. "Não vejo sinceridade nas suas críticas", definiu.
Questionado, por sua vez, pelo candidato Washington Fraga (Psol) sobre a ausência do seu maior apoiador - o governador Alcides Rodrigues - na campanha dele, Vanderlan Cardoso disse que o governador tem pouco tempo para fazer campanha. "O governador está no cargo dele", disse. Vanderlan disse que Marconi esconde José Serra (PSDB), mas escorregou ao admitir que não mostrar Alcides - que tem baixa aprovação popular - é estratégia de marketing.
O candidato do PMDB, Iris Rezende, que também já foi governador por dois mandatos , foi outro alvo de críticas no debate. O socialista Fraga lembrou a má fama de Iris entre o funcionalismo público. "O senhor tem uma fama enorme, até internacional, em perseguir funcionários públicos", afirmou. "O senhor perseguiu líderes sindicais, acho que o senhor deveria pedir desculpas", disse."Traga o nome de um servidor que tenha sido exonerado por perseguição", desafiou, por sua vez Iris, respondendo que exonerações que fez durante primeiro governo, em 1983, foram a bem do serviço público.
Iris criticou o maior rival, Marconi Perillo, ao fazer comparações entre os governos do PSDB e do PMDB. "Tenho andado pelo estado e não vejo nenhuma marca dos governos de Vossa Excelência", disparou, contra o candidato tucano. "O pior cego é aquele que não quer enxergar. Não tem uma cidade que não tenha pelo menos 10 projetos meus", respondeu Marconi. Para Iris, Marconi não cita na campanha números verdadeiros de seus governos. "A marca não tem: é publicidade, publicidade, publicidade", criticou o peemedebista.
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