Taques e Antero se "alfinetam" após perguntas sobre Janete
Os dois principais candidatos ao Senado presentes no debate promovido pela TV Rondon neste sábado (18), Antero Paes de Barros (PSDB) e Pedro Taques (PDT), deixaram para os dois últimos blocos de perguntas as oportunidades de se confrontarem diretamente. Apesar do clima, durante todo o evento ter sido de cordialidade, os adversários protagonizaram trocas de farpas nestes momentos.
Antero foi o primeiro a questionar o colega, levantando um tema que gerou polêmica no primeiro debate entre candidatos ao Palácio Paiaguás, promovido pela rádio Difusora de Cáceres: a hidrovia Paraguai/ Paraná. Na época, o candidato à reeleição, governador Silval Barbosa (PMDB), destacou que Taques teria sido contra sua implantação. O ex-procurador da República prontamente respondeu que era contra a ilegalidade e não o projeto.
Mesmo assim, o tucano foi direto ao questionar os motivos que o levavam a, supostamente, ser contra a implantação da hidrovia, um dos temas mais defendidos pelos concorrentes ao Governo. Taques destacou a importância do projeto e disse ser a favor das hidrovias no Estado. “Nós precisamos desta hidrovia, mas conforme determina a lei”, ponderou. A resposta parece não ter convencido Antero. “ Elas só são importantes no seu discurso, pois enquanto procurador, chegou a impedir a realização de audiência para discutir a implantação”, replicou. A resposta de Taques ao ataque, dizendo que o adversário defendia a ilegalidade, rendeu direito de resposta ao tucano.
Contudo, quando chegou a vez do pedetista questionar o ex-senador, o embate ficou mais intenso. Taques perguntou ao tucano o que ele teria feito durante seus oito anos de mandato como senador para combater a corrupção na Assembleia de Mato Grosso. À vontade, Antero disse que tem mais de 19 projetos para combater a corrupção em âmbito nacional e disse que, na esfera estadual, ele poderia dirigir a pergunta aos seus companheiros de coligação, o candidato a vice-governador Otaviano Pivetta (PDT) e o candidato à reeleição, Percival Muniz (PPS), ambos deputados estaduais.
O clima de harmonia acabou quando, em sua réplica, o ex-procurador fez questão de lembrar que Antero teve ao seu lado, na campanha para o Governo, em 2002, como candidata a vice, a esposa do ex-presidente da Assembleia, o deputado cassado José Riva (PP), Janete Riva, que chegou a ser presa em maio deste ano durante a operação Jurupari, deflagrada pela Polícia Federal numa investigação de crimes ambientais, além de ressaltar que Riva foi o principal processado pelo “roubo” cometido na Assembleia. “Eleitor mato-grossense, muitos falam o que não fazem”, declarou, depois de ter dado a entender, no bloco anterior, que seu adversário tinha algo a esconder em seu passado.
“Eu acho deplorável uma pessoa que conhece leis atribuir a outras pessoas defeitos de outros. Isso diminui o candidato Pedro (Taques) diante da população de Mato Grosso e principalmente do mundo jurídico”, respondeu Antero. “Ou alguém conhece algum processo movido por ele contra a Janete, que foi minha candidata?”, questionou.
Para ele, a consideração foi um “mar de leviandade” e representa a maneira errada de começar na vida política. Lembrando que a população já se equivocou ao eleger candidatos considerados novos, como o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, para quem ele mesmo deu voz de prisão durante CPI no Senado e o ex-presidente da República, Fernando Collor de Melo, que sofreu impeachment.
Confira no vídeo trecho do debate:
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