Jota Barreto corre risco de ser barrado pela Justiça Eleitoral, caso o processo que apura suposto financiamento ilegal do Siprotaf, que congrega agentes e fiscais do Estado, venha comprovar a denúncia
PF apreende 50 computadores do Siprotaf por financiamento a Barreto
Quatro agentes da Polícia Federal "lacraram" por algumas horas a sede do Sindicato dos Profissionais de Tributação, Arrecadação e Fiscalização (Siprotaf), no centro de Cuiabá, e apreenderam cerca de 50 computadores, na sexta (17) à noite. A operação foi a primeira investida da Justiça Eleitoral para checar se a entidade está financiando a campanha à reeleição do deputado estadual Jota Barreto (PR).
O RDNews apurou que os equipamentos estão na sede do Tribunal Regional Eleitoral. Barreto é fiscal licenciado de arrecadação de tributos. Foi o Siprotaf quem promoveu uma megafesta em 19 de agosto e coube ao parlamentar alugar o centro comunitário da Igreja Boa Morte para receber os convidados. O evento reuniu centenas de pessoas, quase todos agentes e fiscais de Estado para declarar apoio ao republicano. O governador Silval Barbosa, candidato à reeleição, e o ex-governador Blairo Maggi, que concorre ao Senado, prestigiaram o evento.
A investigação apura se houve financiamento do sindicato à campanha. Denúncias sustentam que teria havido investimentos da entidade no projeto de recandidatura de Barreto. Pela Legislação, sindicato não pode fazer qualquer tipo de doação a candidato. Se ficar comprovada a operação ilegal, Barreto corre risco de não poder assumir, caso venha a se reeleger. Uma devassa nos computadores apreendidos pode trazer à tona alguma vinculação financeira do sindicato com a campanha ou contribuir de vez para arquivamento do processo.
Vinculação antiga
Nas eleições em que tem disputado para estadual, Barreto consegue apoio fechado da categoria da qual faz parte. Ele é radialista e foi prefeito de Rondonópolis (89/92). Desde abril de 2008 entrou para a lista dos privilegiados do extinto Fundo de Assistência Parlamentar (FAP). Recebe mensalmente de pensão mais de R$ 10 mil. Ganha outros R$ 15 mil de subsídio de deputado e tem direito a mais R$ 15 de verba indenizatória. Barreto está no terceiro mandato. No pleito de 2006, não conseguiu se reeleger. Teve 23.525 votos, ficando na primeira suplência da coligação Unidade e Trabalho II (PMDB/PL). Era do PL, que se fundiu com o Prona, para surgimento do PR. Com a renúncia de Juarez Costa para assumir a Prefeitura de Sinop, Barreto virou titular da cadeira na Assembleia desde janeiro do ano passado. Agora, busca a reeleição pela legenda republicana.
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