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Esportes
Sábado - 18 de Setembro de 2010 às 15:28

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Quatro meses após anunciar sua saída do Milan, o técnico brasileiro Leonardo parece não ter apagado da mente as diferenças com o dono do clube e primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, a quem compara com o Narciso da mitologia.

Em entrevista publicada neste sábado pelo jornal esportivo italiano "La Gazzetta dello Sport", o treinador, que atualmente está sem clube, faz dois esclarecimentos sobre os comentários surgidos depois de sua saída do Milan ao fim da temporada passada.

"Primeiro: não teria saído jamais, após 13 anos [incluindo o tempo como jogador], por razões táticas, principalmente porque o Milan joga hoje como antes. Segundo: fui eu quem quis sair. Eu renunciei a um ano de contrato para sair da melhor forma possível", comenta Leonardo.

"Sai por motivos de incompatibilidade de caráter e de estilo. São coisas que também disse a ele [Berlusconi]. A Narciso tudo o que não é um espelho ele não gosta", acrescenta o treinador, em referência ao personagem mitológico que morreu apaixonado pela beleza de seu próprio reflexo na água.

O brasileiro explica que a última vez que falou pessoalmente com o primeiro-ministro da Itália foi em março, meses antes de sair do clube, e afirma que não entende por que Berlusconi falou "tanto" dele durante a apresentação do atual técnico do Milan, Massimiliano Allegri, em julho.

"Dentro dele [Berlusconi] tem de haver algo que não está bem", analisa.

Ele confessa que gostaria de treinar algum clube da Inglaterra, onde, diz, o papel de técnico "permite uma gestão completa do produto esportivo", mas não descarta a ideia de aceitar uma eventual proposta do eterno rival do Milan, a Inter.

Leonardo, que se mostrou disposto a colaborar para a organização da Copa do Mundo do Brasil, por enquanto, deve somente comentar as partidas da Liga dos Campeões para duas TVs. 






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