Bom momento do mercado já sinaliza possibilidade de expansão de área
Algodão: Queda na safra estadual pode ser compensada pela cotação
A quebra de produtividade na safra 09/10 de algodão, em Mato Grosso, poderá atingir índices de até 25%, mas os cotonicultores acreditam que as recentes altas sobre a cotação da pluma, motivada pela escassez da matéria-prima no mercado interno, poderá compensar o menor volume ofertado neste ciclo. A colheita está encerrada no Estado e coloca ponto final à temporada atual no Estado de grãos e fibras.
Como explica o presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Gilson Ferrúcio Pinesso, a perda de produtividade foi um acontecimento que surpreendeu os cotonicultores. Ele atribuiu o fato à acentuada estiagem registrada no Estado entre o final de março e durante todo o mês de abril. “A seca pesou contra a produtividade da safra 09/10. Quando tudo indicava que seria um ciclo maravilhoso, fomos surpreendidos com a falta de chuvas”.
Apesar desse resultado, Pinesso, disse que o setor, em parte, está sendo compensado com a reação dos preços no mercado interno. A arroba (15 quilos) que seria vendida em torno de R$ 42 e 45 está sendo comercializada a R$ 70. “Isso anima os cotonicultores e dá, pelo menos, para equilibrar os prejuízos”, destacou.
O presidente da Ampa acredita que a próxima safra (10/11) terá aumento expressivo de área plantada e, consequentemente, da produção. “É lógico que tudo vai depender das chuvas”, diz, assinalando que o termômetro para uma colheita favorável será a chegada de chuvas no final de setembro, quando inicia o plantio de soja. “Nossa expectativa é plantar soja mais cedo para em seguida plantar algodão na segunda safra, que é onde começamos a contabilizar a nossa maior escala de produção”, explicou.
Pinesso acredita, com base nos levantamentos da Ampa, que os cotonicultores de Mato Grosso irão plantar no mínimo entre 500 e 530 mil hectares de algodão na próxima safra. Ele confia também que a tecnologia do algodão adensado crescerá na próxima temporada. “Muitos produtores, depois dos resultados conquistados, irão investir nesse sistema”, assegura o presidente da Ampa, informando que nesta safra foram plantados 51,29 mil hectares. “A tendência é de aumentar, uma vez que essa tecnologia, utilizada há anos nos Estados Unidos e Argentina, reduz custo de produção”, finalizou.
PERDAS - Na análise do ruralista, a perda de produtividade pode ficar entre 22% e 25%. No entanto, dados divulgados neste mês no 12º levantamento de grãos da Conab estimaram perdas de cerca de 14% em relação ao contabilizado na safra passada. A Conab prevê área de 428 mil hectares neste ciclo, voluma 10,5% maior que a área plantada na última safra. A produção sofreu uma menor alteração (-5,4%), ficando em 1.489,8 mil toneladas (caroço e pluma) ante 1.574,8 da safra passada.
O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) estimou área de 419,25 mil ha, volume 17,9% acima do registrado no ciclo passado e produtividade 16% menor. (Com assessoria Ampa)
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