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Agronegócios
Sexta - 17 de Setembro de 2010 às 11:00
Por: Marcondes Maciel

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A estiagem na Rússia e China, aliada aos problemas pontuais na safra norte-americana, também decorrente de fatores climáticos, acelerou os contratos futuros de soja, ciclo 10/11, para entrega em fevereiro e março do próximo ano.

De acordo com levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), até o final de agosto 25,6% da soja a ser colhida em 2011 já estava comercializado. No ano passado, nesta mesma época do ano, as vendas antecipadas não chegavam a 19%.

“Temos de considerar fatores externos como o evento da estiagem nos principais países produtores do mundo”, avalia o diretor administrativo da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja), Carlos Fávaro.

Segundo ele, o mercado futuro acelerou devido principalmente à estiagem e aos bons preços da soja no mercado internacional. “E não foi só com a soja. As vendas antecipadas de trigo e milho também tiveram impulso”.

Fávaro lembra que quando falta um determinado tipo de grão no mercado, outras cadeias dependentes de outros produtos também são afetadas, desencadeando um problema mercadológico.

“Este ano os compradores chegaram mais cedo e os produtores não pensaram duas vezes para travar preços em cima dos custos e se proteger das oscilações naturais de mercados na época da safra”.

Ele diz que a Aprosoja/MT estimulou os produtores a comercializar sua safra em momento de pico dos preços. “O produtor deve nesses momentos [de cotação elevada dos preços no mercado internacional] aproveitar a oportunidade e fixar preços em sacas com cobertura do custo de produção”.

Fávaro explica que quando boa parte da safra já está com seus preços travados, o produtor consegue estabilidade. “Os preços da soja hoje estão bons, assim como os do milho”, informa ele.

Na avaliação dos analistas do Imea, o adiantamento das vendas este ano, em relação ao ano passado, se dá porque os preços atuais estão melhores. “Com a lição de casa feita, os produtores aguardam também pelo início das chuvas, que já caíram em pontos isolados e em pequeno volume no final de agosto. Contudo as previsões indicam que até o dia 15 de setembro não deverá chover em Mato Grosso”.

USDA - De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o mundo deverá produzir no próximo ciclo 40,8 milhões de toneladas de óleo de soja, volume 6,3% maior que na safra 09/10. As importações crescerão 2,8% sobre os 8,6 milhões de toneladas de 09/10.

Porém, não serão suficientes para segurar os estoques finais, já que o consumo mundial aumentará em 7,6% puxado pelo consumo chinês que irá absorver 12 milhões de toneladas, 15% a mais que no ciclo passado.

Com isso, estima-se que o consumo mundial superará a produção em 150 mil toneladas e que, portanto, os estoques finais de óleo de soja da safra 10/11 terão uma redução de 10,9% em relação à safra 09/10. Já a relação estoque consumo diminuirá em 1,2%. 






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