Para Planalto, nota de Erenice Guerra foi um erro
Classificada como um "total desastre", a nota divulgada pela ministra Erenice Guerra (Casa Civil) fez com que ela perdesse apoio para permanecer no cargo tanto no círculo do presidente Lula quanto na cúpula da campanha de Dilma Rousseff (PT).
Escrita e divulgada no final da terça-feira sem o conhecimento do Planalto, a nota ataca o candidato tucano José Serra, classificando-o de "aético e já derrotado". Segundo auxiliares diretos do presidente, foi um sinal de que Erenice "extrapolou".
Era unânime ontem na campanha dilmista a posição de que a melhor solução para a crise era a saída de Erenice.
Depois da nota, nem mais uma "saída à Henrique Hargreaves" --em referência ao então ministro da Casa Civil do governo Itamar Franco, que deixou o cargo e, depois de inocentado, retornou à pasta- era defendida.
Na avaliação do governo, a situação da ministra ficaria "insustentável" caso aparecessem fatos novos.
Em reunião ontem, Lula disse que sua ministra "errou" no conteúdo e ao não consultar seus colegas.
Até ontem, o presidente mantinha seu apoio a Erenice. Outro ministro que apoiava até ontem a ministra era Franklin Martins, pego de surpresa pela nota.
O mal-estar levou Erenice a evitar uma cerimônia pública em que apareceria ao lado do presidente, que constava em sua agenda às 8h40, mas foi retirada.
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