Líderes de uma quadrilha que chefiava violação de terminais eletrônicos em MT, com lucro de até R$ 6 milhões, são alvo da Polícia Civil
PM é preso com arrombadores de caixas

Um policial militar do 3º Batalhão foi preso ontem acusado de ser um dos mentores dos arrombamentos a caixas-eletrônicos em Mato Grosso. Somente neste ano, foram 54 ataques e 40 terminais arrombados. Eles renderam entre R$ 4 milhões e R$ 6 milhões aos bandidos. Além do soldado PM Eric José da Silva, de 26 anos, policiais da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Civil prenderam mais quatro pessoas apontadas como responsáveis pelo planejamento dos roubos.

Trata-se de Ricardo Xavier Souza Lopes, o “Ninja”, de 27, Alcimar Santos de Oliveira Tibaldi, de 26, o vigia Waldiley Slovisnki Pernet e Magno Cesar Paes de Oliveira, de 26, que comandava o esquema de dentro do presídio. As prisões ocorreram ontem de manhã, durante a Operação Contrasenha, desencadeada pela GCCO.

Das sete pessoas que tiveram a prisão temporária decretada, duas não foram localizadas. A polícia descobriu que são quatro quadrilhas que agem nessa modalidade de crime: três na Grande Cuiabá e uma no interior. O número de assaltantes que participam dos bandos seria mais de 20 - os executores não foram presos.

Segundo a delegada Ana Cristina Feldner, os ladrões levam com muita seriedade os arrombamentos e chamam a ação criminosa de “trabalho”, pois confirmaram que cada terminal violado é resultado de vários dias de planejamento.

“Os ladrões mapeavam os caixas-eletrônicos. Passavam em frente, verificavam se havia segurança, quais os valores de cédulas que o caixa disponibiliza, quando era abastecido e outros detalhes. Se fosse necessário, eles adiavam o arrombamento”, explicou a delegada, após as prisões.

Feldner acrescentou que, para que os arrombamentos ocorressem com sucesso, entrava em ação o policial militar que tinha informações de quem estava de plantão e também tinha escuta no radio do Ciosp e, poderia, no caso de alguma viatura fazer rondas pelo local, informar os bandidos para que fugissem.

Com os mentores, os policiais aprenderam três veículos – entre eles um Honda Civic, pertencente a Magno, uma motocicleta Twister, de propriedade de Ricardo, e um Golf que estava com Alcimar -, além de uma espingarda. Foram apreendidos também oito celulares - eles trocavam de aparelhos para não serem grampeados. A delegada lembrou que os cinco presos foram indiciados pelos crimes de furto, roubo majorado - que amplia a pena - e formação de quadrilha. Os policiais da GCCO acreditam que poderão prender nos próximos dias os outros dois assaltantes.