Sem Netinho de Paula, candidato do PCdoB que divide a liderança nas pesquisas de intenção de votos com a petista Marta Suplicy, o debate Estadão/Gazeta entre os postulantes ao Senado por São Paulo, realizado na noite desta terça-feira (14), foi marcado pela dispersão, pela ausência de confrontos diretos mais intensos.
Por meio de sua assessoria, o apresentador e cantor Netinho cancelou sua participação alegando que a saída de Orestes Quércia (PMDB) e a não participação de Romeu Tuma (PTB) alterariam a configuração do debate estabelecida inicialmente pelas campanhas. Como já ocorreu nessa eleição com a candidata petista à presidência da República, Dilma Rousseff, a bancada de Netinho ficou vazia.
Durante praticamente todo o debate, Marta focou na reprodução de seus projetos à frente da prefeitura da capital paulista. "Utilizei 31% na educação. Nós temos que aumentar o investimento na educação", disse. "Para o Estado de São Paulo, eu proponho que nós façamos mais Ceus (Centros Educacionais Unificados). Mas é preciso que tenhamos crianças que aprendam na escola, coisa que não está acontecendo", afirmou a candidata, que tentou mostrar aproximação com o candidato pelo PCdoB.
O tucano Aloysio Nunes, que herdou o tempo de televisão do ex-governador Orestes Quércia depois que esse retirou sua candidatura, tentou relacionar suas ideias com os correligionários de PSDB José Serra e Geraldo Alckmin. "O Ciro e o Marcelo (Henrique, do Psol) trataram de assuntos muito importantes, como a saúde e a educação. Mas eu quero falar da saúde, e lamento que o candidato Netinho não tenha vindo para o debate", disse Aloysio. "Precisamos revisar a conta do SUS (Sistema Único de Saúde), por quer as contas das Santas Casas não fecham".
A jornalista Silvia Corrêa, da TV Gazeta, fez talvez a única pergunta mais firme quando interpelou Ciro Moura, do PTC, sobre a confusão provocada entre seu nome e o de Ciro Gomes (PSB), ex-ministro e deputado pelo Ceará. "Esse é outro assunto. Eu sou um paulistano feliz, estudei no colégio Roosevelt. Eu vivo a política, não da política. Educação é como saúde: não pode esperar. Nós temos tomar uma atitude emergencial, pois custa caro a educação. Esse é o assunto que interessa aqui", respondeu o candidato do PTC.
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