Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Domingo - 12 de Setembro de 2010 às 12:33

    Imprimir


Os recenseadores do IBGE na Amazônia - que tem apenas 44% da meta atingida, menor percentual do país que já atingiu 63% - encontram dificuldades que vão além das dimensões territoriais e àquelas impostas pela ausência de meios de transporte convencionais. Outro problema é a grande quantidade de domicílios que mudam de lugar. "São aquelas casas flutuantes que são abandonadas ou simplesmente não são encontradas porque são levadas para outros locais pelos moradores quando o rio começa a baixar para que não fiquem encalhadas", explica o coordenador da subárea de Careiro da Várzea (20 km de Manaus) João Lopes. A preocupação é garantir o acesso à casa de barco, único veículo que circula pela região.

Subindo o braço de rio, que pelas dimensões amazônicas mais parece um rio principal de tão largo, as casas flutuantes estão ao longo das duas margens. Moradores ficam das suas próprias varandas esticando suas linhas de pesca ou jogando as redes, também chamadas de tarrafas. Mas o problema é que o rio baixa com tanta rapidez que é preciso rebocar as estruturas para longe das margens. "Quando a gente chega num lugar onde estaria um flutuante, que é um domicílio, ele não está mais no lugar", explica o recenseador Naílson Fernandes.

O tempo perdido na procura dos domicílios é um dos motivos para o atraso dos trabalhos. Para diminuir o problema, a coordenação do Censo nos três municípios (Careiro da Várzea, Manaquiri e Careito Castanho) foi buscar ajuda aos agentes comunitários de saúde, gente que conhece como ninguém a zona rural.

Recenseador perdido e até com malária
A recepção aos recenseadores é sempre positiva. Mas a falta de informações complica a exatidão dos dados. "A maior dificuldade que a gente encontra nas entrevistas é que boa parte deles (entrevistados) não sabe o mês e o ano que nasceram todos os moradores da casa", diz a recenseadora Ketlen. Isso faz que os questionários sejam preenchidos apenas como idade presumida.

Mas as à inexatidão dos dados pessoais dos entrevistados não está entre as principais preocupação dos agentes do censo. "Já tivemos recenseador perdido porque o GPS dele deu problema. Outro que foi com equipamento e tudo pra dentro d"água fugindo de cachorros. Outro que teve a canoa alagada e uns até contraíram malária", conta João Lopes.

E assim, o Censo de 2010 vai sendo realizado nesta parte da maior floresta tropical do Planeta. De maneira bem diferente das demais regiões, mas com a mesma missão: fazer que esses brasileiros também sejam conhecidos pelo resto do Brasil.





Fonte: Terra

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/115828/visualizar/