"[O recorde] é absolutamente histórico. Só para se ter uma ideia: a gente começou em 2003 com R$ 5 bilhões em crédito. Nós tivemos no ano de 2008, que já foi um recorde, R$ 23 bilhões. No ano passado, chegamos novamente a um recorde, de R$ 47 bilhões", disse a presidente do banco, Maria Fernanda Ramos Coelho, nesta quinta-feira (9).
De acordo com a presidente, a Caixa deverá terminar 2010 com 1 milhão de contratos de financiamento, que também é recorde histórico.
Os recursos para a oferta recorde do crédito estão garantidos, conforme informou Maria Fernanda. "Para toda a projeção de 2010, já há garantia [de recursos], seja do FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço] ou do SBPE [Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo]", disse.
De acordo com a instituição, neste ano, até o último dia 3 de setembro, o valor emprestado para habitação chegou a R$ 47,6 bilhões, volume que já é maior do que concedido durante todo o ano passado (R$ 47,05 bilhões).
Em 2009, durante todo o ano, foram concedidos R$ 47,05 bilhões, recorde para um ano até agora. Em 2008, o volume foi de R$ 23,3 bilhões.
Do valor total aplicado pela Caixa, R$ 21,4 bilhões tiveram como fonte de recursos a caderneta de poupança e R$ 20,7 bilhões são do Fundo de Garantia do Tempo de Serviços - FGTS. O restante vem de outras fontes.
Minha Casa, Minha Vida
De acordo com a Caixa, desde abril de 2009, quando o programa Minha Casa, Minha Vida foi criado, foram contratadas 630.886 mil unidades habitacionais, no valor de R$ 35,85 bilhões. Estão em análise pelo banco propostas para outras 418.860 moradias.
Considerando apenas 2010, o número de contratos corresponde a 355.358 moradias no valor de R$ 21,8 bilhões.
Mais fontes de dinheiro
Conforme informou a presidente da Caixa, a instituição já estuda outras formas de captação, através de securitização ou captação internacional, poupança. "Não há nenhuma difculdade para o cidadão comprar sua casa", disse Maria Fernanda.
No mês passado, o vice-presidente de controle e risco da Caixa Econômica Federal, Marcos Vasconcelos, já havia dito que o banco pretende captar dinheiro no mercado ainda este ano para usar no crédito imobiliário, porque os recursos do FGTS e da poupança que financiam os programas de habitação e concessão de crédito imobiliário no Brasil serão insuficientes no futuro.
O executivo prevê que o volume concedido em crédito imobiliário cresça para até 10% do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos anos. Atualmente, o volume representa 4% da riqueza produzida pelo país, nível considerado baixo pelo vice-presidente da Caixa.
Securitização
De acordo com o vice-presidente de governo da Caixa, Jorge Hereda, a instituição está preparando para este ano a securitização no valor de R$ 500 milhões para usar no crédito imobiliário.
A operação deverá ter início até o final do ano, mas sem data prevista. "Devemos testar o mercado para entrar melhor no ano que vem. De qualquer forma, não teremos problema com funding. Para este ano e para o ano que vem, está tudo equacionado", afirmou Hereda. O valor total da operação, segundo o vice-presidente, seria da ordem de R$ 20 bilhões.
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