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Saúde
Quarta - 08 de Setembro de 2010 às 18:20

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São muitos os casos de câncer, hoje em dia, que apresentam bom prognóstico de tratamento. Mesmo assim, a maioria dos pacientes sofre um grande impacto ao conhecer o diagnóstico, sofrendo importantes alterações na autoimagem e na autoestima. Assim como o apoio psicológico, o suporte da família é determinante para que a pessoa encare o tratamento da melhor forma possível e supere a fase difícil com o máximo de qualidade de vida possível.

“Negação da doença, revolta e insegurança são as reações imediatas mais comuns por parte dos pacientes. Já a família teme o sofrimento do ente querido e costuma ter sentimentos de impotência, sem saber ao certo como reagir aos fatos. Em alguns lares, simplesmente se faz um pacto de silêncio, em que todos evitam falar sobre a doença”, diz o doutor Luiz Gonzaga Leite, chefe do departamento de psicologia do Hospital Santa Paula, de São Paulo.

O especialista afirma que o câncer deve ser enfrentado de forma direta e objetiva, com a participação ativa da pessoa nas decisões relacionadas ao seu tratamento e à sua vida como um todo. Na medida do possível, se busca desmistificar a doença e ajudar o paciente a reorganizar sua vida para que possa encontrar uma maneira mais satisfatória de viver consigo mesmo e com os outros.

“Participar conjuntamente desses momentos reforça a identidade familiar e os laços de lealdade entre os membros da família. O paciente que se sente apoiado desde o início tende a reagir mais favoravelmente ao tratamento. Caso contrário, sentimentos como solidão e sensação de abandono podem acentuar o desespero e até agravar a doença”, diz Leite.

Rotina familiar precisa ser alterada

De acordo com o psicólogo, as pessoas do convívio do paciente oncológico terão de adaptar sua rotina de vida e oferecer as melhores condições possíveis de tratamento ao doente.   “Não é fácil para ninguém, mas é necessário. Em alguma fase, o paciente pode se inclinar ao isolamento e abandonar suas atividades. Sempre que possível, é importante que o núcleo familiar ou os amigos mais próximos incentivem o doente a continuar suas rotinas de trabalho e de lazer, estimulando a adesão ao tratamento”.

Na opinião do especialista, o atendimento psicológico se mostra cada vez mais útil nesse contexto. Um de seus objetivos é ajudar o paciente e sua família a perceber o que precisa ser mudado ou adaptado para se obter melhor qualidade de vida. “É necessário entender o papel que o paciente exerce na família e o significado que o núcleo atribui à doença para realizarmos uma intervenção eficaz. Quando isso acontece, as chances de atravessar esse período crítico de forma mais positiva e com melhor qualidade de vida são grandes”, diz Leite.

Fonte: Prof. Dr. Luiz Gonzaga Leite, chefe do Departamento de Psicologia do Hospital Santa Paula, de São Paulo (www.santapaula.com.br)






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