Antero admite escassez de recursos financeiros no ninho; ex-presidente dará palestra em Cuiabá
PSDB traz FHC para arrecadar dinheiro para campanha
O candidato ao Senado, Antero Paes de Barros (PSDB), anunciou para o próximo dia 18 (sábado) a vinda do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) a Cuiabá. FHC vem com o objetivo de reforçar a campanha tucana em Mato Grosso, principalmente a do ex-prefeito da Capital, Wilson Santos, que caiu nas últimas pesquisas de intenção de voto do Vox Populi e do Ibope.
"Em Cuiabá, o ex-presidente fará uma palestra, cujo dinheiro arrecadado será revertido para nossa campanha. Por isso mesmo, ele vem tanto na condição de apoio ao partido, como de palestrante", informou Antero, em entrevista, nesta quarta-feira (8), à Rádio Cultura de Cuiabá.
Segundo Antero, ainda não é possível fazer um levantamento de quanto, financeiramente, a vinda de FHC representará para o partido, mas observou que a arrecadação, por meio uma palestra do ex-presidente, mostra que o PSDB "não usa dinheiro público" na campanha eleitoral.
"Não temos recursos porque não temos ,e não há vergonha em afirmar isso. A vida pública também é a defesa do dinheiro público", afirmou o candidato a senador pelo PSDB.
Apesar disso, ao ser questionado se o partido não estaria com uma estrutura financeira pequena para a campanha, o tucano observou que não é possível tentar uma candidatura sem recurso financeiro. "Campanha se faz com dinheiro; sem dinheiro não tem condições de fazer", afirmou.
Reforma agrária
Abordando o tema da reforma agrária, Antero avaliou que o ex-presidente Fernando Henrique fez mais no setor que o atual presidente, Luis Inácio Lula da Silva (PT).
O tucano, que já foi senador por Mato Grosso, lembrou que votou a favor da reforma agrária na Assembléia Nacional Constituinte e que, no Estado, um dos grandes problemas é a morosidade nessa providência.
"Têm assentamentos que estão há mais de 20 anos nesta situação e que nunca foram legalizados. A burocracia do Incra atrapalha bastante no processo" afirmou.
Apesar disso, Antero completou que é falta de bom senso o Governo petista ter feito menos reforma agrária que o tucano. "A reforma agrária foi uma das bandeiras de Lula e é estranho que ele não tenha conseguido ultrapassar o FHC".
Vale do Araguaia
Sobre a região do Vale do Araguaia, no Leste do Estado e intitulada por muitos de "Vale dos Esquecidos", Antero afirmou que o mito de que é uma região pobre de Mato Grosso tem que ser desconstruído.
"O Araguaia vai ter uma explosão de desenvolvimento. Sou candidato ao Senado com intenções claras de ajudar o Brasil, mas também o desenvolvimento de Mato Grosso", disse.
Bandeira branca
Questionado a respeito da possibilidade de um acordo com o adversário Blairo Maggi (PR), já que, neste ano, Mato Grosso elege dois senadores e o republicano se mostra muito à frente dos outros candidatos nas pesquisas, Antero negou os boatos e disse estar focado em sua campanha.
"Ora criticam porque eu critico, ora criticam porque eu não critico. Me combatem muito mais pelas minhas virtudes que pelos meus defeitos. Não há acordo com Maggi e o que tenho divulgado são minhas propostas, meu foco é nelas", afirmou.
Para o tucano, as críticas a ele se devem ao fato de não atacar ou ofender os adversários. "A população de Mato Grosso compreende o que foi meu mandato [de 1998 a 2006] como senador e sabe que não vou fazer perseguição a ninguém", disse.
Corporativismo e Serys
A respeito de corporativismo no Senado Federal, Antero afirmou que sempre agiu "com imparcialidade". O candidato exemplificou seu posicionamento lembrando de um episódio em que o Senado teria tentado condenar a senadora Serys Slhessarenko (PT), atual candidata a deputada federal.
"Eu conduzi a bancada e, mesmo sendo minha possível adversária, analisei e não tinha nada contra ela, nenhuma prova. Então, ela não foi julgada", disse.
Sobre o "chute na canela" que a petista levou de seu próprio partido, ao definir o deputado federal Carlos Abicalil (PT) como o candidato ao Senado, Antero disse ter se surpreendido.
"Eu nunca imaginei que o PT fosse proibir candidatura da Serys. É um fato raro: no momento em que se clama a participação da mulher na política, o partido faz isso", observou.
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