Júlio assume Câmara de Cuiabá já cabreiro com sucessivos escândalos
A Câmara Municipal de Cuiabá, pivô de vários escândalos políticos nas últimas gestões, vai estar nas mãos, a partir do próximo ano, do petebista Júlio Pinheiro. Por onde ele passou, deixou impressões que suscitaram polêmicas, seja na presidência da Agência de Habitação, de onde saiu após brigar publicamente com o então prefeito Wilson santos, seja como presidente do Mixto, que ficou atolado em dívidas. Pinheiro promete uma gestão austera e garante que o Legislativo cuiabano vai recuperar a credibilidade. Garante que pior do que está não fica.
Deucimar Silva, prestes a concluir os dois anos na presidência, teve uma das gestões mais complexas. Em certo momento, se mostrou corajoso. Trombou com vários colegas parlamentares, denunciou e foi denunciado e agora, com discurso de "moralizador da coisa pública", busca cadeira de deputado estadual. O progressista capitaliza eleitoralmente em cima da cassação dos mandatos de Ralf Leite (PRTB) e de Lutero Ponce (PMDB).
A maior Câmara dos 141 municípios mato-grossenses recebe R$ 1,8 milhão de duodécimo por mês (R$ 21,6 milhões anual). Possui 19 vereadores, com subsídio de R$ 9,5 mil e com direito a quase R$ 10 mil de verba indenizatória. Emprega cerca de 600 servidores.
Os sucessivos escândalos explodiram com Chica Nunes, então presidente e hoje deputada estadual. Descobriu-se uma quadrilha dentro da Câmara. A parlamentar tucana foi acusada de envolvimento num rombo de R$ 6 milhões. Depois, a bomba estourou para o lado do sucessor Lutero Ponce, que ganhou noticiário nacional com compras superfaturadas e outras irregularidades que apontam para sumiço de outros R$ 6 milhões do erário. Teve o mandato cassado por improbidade. Depois veio Deucimar que, no afã de "moralizar" o Legislativo, comprou briga com vários vereadores.
O próximo a assumir o "pepino" administrativo é Júlio Pinheiro. Terá mandato de dois anos. Para conquistar a presidência, ele fez acordão e permitiu várias concessões. Já começa comprometido com a maioria. Deve "inchar" a folha de pagamento. Júlio é aliado do prefeito Chico Galindo. Ambos são do mesmo PTB. Na relação com o Palácio Alencastro, a tendência é que as bancadas se posicionem como antes, ou seja, com quase todos sob controle do Executivo.
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