Vieira refuta irregularidade no processo
O desembargador aposentado Ernani Vieira refutou a denúncia afirmando que é o mais interessado no julgamento do caso. “O processo está travado há mais de 10 anos no Superior Tribunal de Justiça, aguardando julgamento. Tenho interesse em resolver a situação”, afirmou.
Seu depoimento na CPI do Judiciário aconteceu no dia 11 de novembro de 1999. Ernani atribui a repercussão do processo à situação de inimizade com o juiz Leopoldino Marques do Amaral. “Houve muita exploração do caso porque Leopoldino era meu inimigo”, contou.
Ele explicou que não houve qualquer irregularidade na partilha dos bens de Péricles Rondon, seu padrasto. Rebatendo a tese apresentada pelo advogado Alexandre Slhessarenko, o magistrado disse que em 1938, quando a mãe de Beatriz, Mariana Rondon, faleceu, o inventário foi feito e, após o pagamento das dívidas, o saldo foi partilhado entre ela e o pai, Péricles. “Quando Péricles morreu, ele já havia acabado com quase todo patrimônio”, narrou o desembargador aposentado.
À CPI do Judiciário, ele apresentou cópia de correspondência trocada entre Péricles Rondon e a avó de Beatriz, Tereza, onde esta teria confirmado o recebimento da parte que caberia à neta como herança. Segundo ele, o único bem deixado foi uma casa em Campinas, que teria comprado de Beatriz Rondon quando ela teria feito a proposta de venda, alegando que precisava do dinheiro para custear tratamento de saúde de um familiar.
Sobre as terras na qual a defesa de Beatriz alega que ela não recebeu nenhuma parte, Ernani Vieira afirmou que o bem foi transferido a ela através de testamento. “A terra está no nome dela. Se ela não tomou posse, já não é minha responsabilidade”, avaliou.
Ele acrescentou que os bens de Péricles foram vendidos antes de seu falecimento. “Ele [Péricles Rondon] acabou com todo o seu patrimônio em vida”, finalizou.
Depois de 52 anos de magistratura, Ernani Vieira se aposentou em novembro de 2007, aos 70 anos. Atualmente, ele atua como advogado na Capital.
Comentários