Menina de 12 anos era violentada desde os 9. Disse não contar porque agressor era único que trabalhava na casa. Aborto foi aos 3 meses
Pai preso por estuprar e engravidar filha
Policiais da Delegacia de Defesa da Criança e do Adolescente (Deddica) prenderam ontem de manhã o pai de uma menina de 12 anos acusado de abusar sexualmente dela, engravidá-la e praticar o aborto. A prisão do pai, que tem 37 anos, ocorreu na cidade de Lucas de Rio Verde (a 350 quilômetros da Capital), onde tinha se escondido. A família da menina, no entanto reside num bairro da região do Coxipó, em Cuiabá.
Segundo a delegada Mara Rúbia de Carvalho, titular da Deddica, os abusos ocorriam desde que a menina tinha nove anos. A menina estava com três meses de gestação e não desconfiava da gravidez. O aborto foi supostamente provocado na madrugada da última segunda-feira.
“A partir das investigações, entramos com a representação pela prisão preventiva junto a 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar de Cuiabá. A partir de informações, descobrimos que estava escondido em outra cidade”, informou Mara Rúbia.
A delegada acrescentou que como a mãe acreditava que a menina estava apenas com a menstruação atrasada, sugeriu que ela ingerisse um medicamento fitoterápico. Desconfiado da gravidez, o pai teria forçado a filha a ingerir outros dois remédios produzidos a base de extratos vegetais.
“Depois de uma semana, a garota começou a apresentar sangramento e teve uma hemorragia. Ela foi levada para a policlínica e, em seguida, para o hospital, onde a mãe descobriu que a filha estava grávida”, explicou a delegada.
Na semana passada, a mãe da menina procurou a Deddica. A delegada Liliane de Souza Santos Murata iniciou as investigações. Ela solicitou ao Instituto de Medicina Legal a necropsia do feto de três meses e aguarda resultado do laudo para confirmar se foi provocado por substâncias abortivas.
A adolescente confirmou as agressões do pai à equipe de psicólogos da delegacia. Ela teria informado ainda que tinha medo de contar para mãe, por ser o pai a única fonte de renda da família. A delegada solicitou também medidas protetivas para a família da menina.
As investigações apontam também que a tia da garota (irmã da mãe e um pouco mais velha que a sobrinha) teria sido molestada. A menina foi ouvida pelos psicólogos da delegacia.
Liliane Murata lembrou que o pai da garota foi indiciado pelos crimes de estupro de vulnerável e responderá por aborto, caso seja confirmado. Por se tratar de um crime que tramita em segredo de justiça, os nomes do autor e do bairro não foram informados pelos policiais.
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