Perri lamenta assalto e vê que violência atinge a todos
O ex-corregedor-geral de Justiça de Mato Grosso, desembargador Orlando Perri, lamentou a tentativa de assalto contra o procurador de Justiça Paulo Ferreira Rocha em frente ao Edifício Ravena Park, onde ambos residem. Para ele, hoje a violência e a insegurança atingem a todas as camadas sociais, sem distinção.
Com base nessa constatação, o magistrado defende a “remodelação” do sistema prisional do Estado diante da ineficiência do atual modelo existente, que, segundo ele, já demonstrou não surtir efeito. “As estatísticas mostram que 80% dos reeducandos quando deixam a prisão voltam a cometer os mesmos crimes”, avalia Perri.
Uma das medidas a serem tomadas, na visão do desembargador, é a oferta de novas alternativas aos presos para que possam retornar ao convívio social depois de terem cumprido a pena. Avalia ainda que a maioria dos detentos não tiveram oportunidades e, por isso, escolheram o caminho errado. “Essas pessoas são estigmatizadas. A sociedade rotula o presidiário e depois que ele sai ninguém quer lhe oferecer emprego”.
Na época em que esteve na Corregedoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Perri elaborou um projeto que previa a obrigatoriedade da administração pública destinar 5% dos cargos a ex-presidiários. Lembra que alguns municípios mato-grossenses sancionaram a lei, mas o governo do Estado, então comandado por Blairo Maggi (PR), não aderiu à idéia. “Se deixar solto na rua desocupado ele vai acabar voltando para a criminalidade”.
Segundo Perri, há projetos e ideias que podem ser viabilizados sem alto custo e citou, como exemplo, a tornozeleira eletrônica que monitora os presos em saídas temporárias no regime semiaberto ou de prisão domiciliar. “Estamos atuando no efeito e não na causa da criminalidade”. Obersou ainda que "hoje um presidiário custa mais caro ao Estado do que um universitário".
Comentários