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Economia
Terça - 31 de Agosto de 2010 às 14:53

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A demora na definição do processo de fusão da Sadia e da Perdigão mantém paralisado o plano de expansão da Brasil Foods no mercado interno, disse nesta terça-feira o presidente da companhia, José Antônio Fay. Segundo o executivo, algumas ações continuam bastante limitadas, mas a companhia segue "performando relativamente bem".

Ele descartou recorrer à Justiça para tentar acelerar o processo que tramita no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). A Brasil Foods foi criada em maio de 2009 a partir da união entre Perdigão e Sadia e opera com restrições, devido à falta de aprovação do negócio por parte do órgão que monitora a concorrência no mercado.

"Os limites que temos são limites de informações sensivelmente concorrenciais e limite de começar essas operações de fusões de equipes dentro do Brasil. O que é fora do Brasil estamos operando normalmente. Estamos trabalhando para crescer no mercado externo e não tem grandes problemas. Existem alguns limites de investimento no Brasil que precisam da aprovação", afirmou, após anunciar patrocínio ao Instituto "Lançar-se para o Futuro", projeto social carioca que promove a inclusão por meio do atletismo.

Se no Brasil a falta de autorização da fusão impede novas tomadas de decisões, a Brasil Foods avalia possibilidades de expansão, com novas aquisições, inclusive, no exterior. A empresa está de olho nos mercados do Oriente Médio, África e América Latina, e não pretende fazer novos investimentos significativos na Europa.

"Não focamos Europa neste momento pela baixa possibilidade de crescimento que o mercado europeu fornece. Temos duas fábricas na Europa. É um mercado de 500 milhões de consumidores, com bom poder aquisitivo, não é um lugar a que possamos virar as costas. Mas quando a gente pensa em investir, pensa em áreas que tem a possibilidade de um crescimento mais rápido do que a Europa, que ainda está sofrendo bastante os efeitos da crise e tem perspectiva de crescimento baixo", observou.

Para Fay, os negócios da Brasil Foods no mercado interno tendem a crescer de forma mais acelerada do que no exterior. A análise, porém, é baseada no que a empresa já tem, e não leva em conta possíveis aquisições em outros países. No Brasil, a gigante do setor alimentício tem 64 fábrica e emprega 105.000 funcionários.

A Brasil Foods projeta aumento de custos até o fim do ano, que será repassado, em parte, para o consumidor. Segundo Fay, há tendência de alta e de maior volatilidade de commodities alimentícias no curto prazo.

"O custo pode subir entre 5% e 7% por conta da valorização dos grãos. Nem tudo é repassado. Vai ser período mais volátil, com mercado mais nervoso", comentou, lembrando que a companhia gasta entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões anualmente na compra de grãos, fonte de alimentos para animais. 






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