Em visita a Associação de Nordestinos do Estado de São Paulo, o candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, criticou a declaração da adversária petista, Dilma Rousseff, de que estenderia a mão à oposição caso eleita. Para o tucano, "essa declaração tem uma certa falta de respeito para com as pessoas. É alguém sentando na cadeira a mais de um mês da eleição".
No último sábado (28), durante entrevista coletiva em Brasília, a candidata petista afirmou que, se eleita, estenderá a mão aos seus adversários para que eles sejam aliados no governo. Questionada se esta aliança poderia ser com Serra, ela respondeu: "estendo a mão para quem quiser participar do governo".
Serra disse que "é o povo que decide quem vai sentar na cadeira, não um candidato isoladamente". E completou: "me pareceu uma atitude pouco respeitosa para com os eleitores".
O tucano também criticou a falta de investimentos em irrigação e abastecimento nas regiões que sofrem com a seca no Nordeste e questionou o investimento federal em moradias. Segundo ele, é preciso dar mais atenção às famílias com renda de até três salários mínimos.
Nesta terça-feira (31), Lula tem um evento como presidente da República na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo. Serra, no entanto, criticou a falta de ações do governo federal em melhorias na periferia paulistana. "Não há nada a ser inaugurado em Paraisópolis", disse o candidato do PSDB, destacando que enquanto prefeito e governador essa favela e Heliópolis foram transformadas em bairros. "O investimento federal em Paraisópolis foi insignificante. O grosso de tudo que foi feito lá vem do Estado e do município".
Serra enfatizou que em Heliópolis fez o principal Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de São Paulo e em Paraisópolis fez uma escola técnica dentro do bairro. Além de, segundo ele, centenas de moradias, redes de água e esgoto, pavimentação e iluminação. E acrescentou: "e agora, esses dois lugares estão sendo alvo de propaganda enganosa eleitoral".
Serra visitou a associação acompanhado de sua esposa, Mônica Allende. Ela foi chamada de "a grande mainha" da comunidade nordestina pela anfitriã, Francis Bezerra. A ex-primeira dama de São Paulo aproveitou a oportunidade para criticar a postura da petista Dilma em relação à iraniana condenada ao apedrejamento pelo governo de seu país. "Senti vergonha pelo fato de uma candidata mulher à presidência não ter se pronunciado em relação a este caso", disse.
Serra começou seu discurso falando do Fundo de Desenvolvimento do Norte e Nordeste que, segundo ele, é de sua autoria. Aplaudido, o tucano seguiu criticando a qualidade dos portos, estradas, indústrias e ferrovias na região. Sua principal plataforma de governo, Saúde, foi também tema presente no pronunciamento do candidato e ex-ministro da pasta durante a gestão FHC.
Questionado pela anfitriã sobre sua experiência política, o tucano aproveitou a oportunidade para alfinetar sua adversária petista: "eu nunca tive padrinho, patrono, nem patrocinador, eu me apresento com o que eu fiz e não com o que os outros dizem que fiz".
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