Campanhas eleitorais contratam 3 milhões
Durante o período das campanhas eleitorais, cerca de 3 milhões de empregos temporários são gerados no Brasil, dizem especialistas. O número pode parecer exagerado, mas deve-se pensar que são 21.764 candidatos (sem contar suplentes e vices) tentando ser eleitos em 5.565 municípios.
A maior parte dessas vagas é ocupada por mão de obra não qualificada, mas, ainda assim, sobra espaço para profissionais com nível superior completo em direito, comunicação e contabilidade.
A campanha de Aloizio Mercadante, que tenta se eleger governador de São Paulo pelo PT, já contratou 500 profissionais e ainda pretende recrutar mais 200. No PV, cada um dos 245 candidatos que concorrem a algum cargo no Estado de São Paulo empregou, em média, 25 funcionários temporários. A campanha do candidato a governador pelo partido contratou 40 pessoas.
O vice-presidente da Abcop (Associação Brasileira dos Consultores Políticos), Gaudêncio Torquato, explica que o número elevado de empregos gerados durante as eleições se deve ao conjunto de atividades produtivas que são demandadas no período.
"Se você for listar a relação de segmentos envolvidos indiretamente em uma campanha, vai chegar a cerca de 30 setores da economia", diz Torquato. Além dos profissionais diretamente envolvidos com os candidatos, ele cita o aquecimento de mercados com a fabricação de camisetas, panfletos, cartazes e painéis de madeira, aluguel de equipamentos de som e de carros e contratações por institutos de pesquisa.
Carlos Augusto Manhaneli, presidente da Abcop, diz que falta expertise aos profissionais para aproveitarem melhor as campanhas eleitorais. "A maioria dos políticos não sabe nem o que é marketing, muito menos marketing político", conta.
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