Marina faz caminhada e pede investigação do vazamento na Receita
A candidata à Presidência da República Marina Silva (PV) encerrou às 11h15 deste sábado uma caminhada no Parque da Cidade, em Brasília, acompanhada de cerca de 500 militantes e candidatos a deputado federal e distrital do partido. Ela chegou ao local com 1h15min de atraso. Caminhou por cerca de 20 minutos sob um calor de 30 graus, deu entrevista coletiva e discursou para a militância.
Seis crianças --filhos de militantes e de candidatos a deputado distrital--, foram colocadas pela organização do ato para acompanharem a caminhada da candidata. Isso gerou um empurra-empurra para que elas não fossem machucadas por correligionários e jornalistas que acompanhavam a candidata.
Marina reclamou: "Fiz questão de pedir que cada um, cada uma, respeite as nossas crianças. Porque quase que chegou um momento que eu fiquei assustada, pôxa vida. Quem traz essas coisinhas preciosas aqui está trazendo o seu tesouro. Ninguém tem o direito de machucar nenhum para conseguir uma fotografia ou ficar perto da candidata a presidente."
Em entrevista coletiva, uma repórter quis de Marina por que ela havia escolhido um horário inapropriado para passeios daquele tipo. A umidade relativa do ar em Brasília estava em 20% no horário da caminhada.
Marina minimizou: "No caso de Brasília, a gente sabe que a umidade é sempre muito baixa. É um fenômeno natural que acontece nessa região do Planalto Central. Todos que moramos aqui de alguma forma nos acostumamos a isso. Fizemos uma caminhada para que não fosse longa, as pessoas trouxeram água."
Marina comentou a quebra do sigilo fiscal em Mauá (SP). "Investigação, punição para os culpados e tem que se ter uma gestão que não perde o controle. Não pode se perder o controle da gestão pública naquilo que é mais essencial, que são as atividades que não podem ser violadas. Se há descontrole naquilo que não pode ser violado, fico imaginando o que pode ser o resto."
PESQUISA
A candidata não gostou de ser indagada pela Folha sobre ter oscilado, para baixo, um ponto percentual na última pesquisa Ibope. Ela caiu de 8% para 7% nas intenções de voto.
"Engraçado que você lembra de um ponto, que é praticamente nada, tecnicamente, e você não lembra de outros aspectos. Mas a campanha está no caminho certo. E o que eu sinto na rua é muito diferente do que aparece nas pesquisas. Mas eu não vou brigar com as pesquisas."
A candidata manifestou contrariedade com o fato de as pesquisas indicarem que Dilma Rousseff (PT) pode vencer a disputa ainda no primeiro turno.
"Se nós podemos ouvir duas vezes, pensar duas vezes, antes de entregar o futuro do Brasil para quem quer que seja, nos próximos quatro anos, por que nós vamos abrir desse direito e desse cuidado com o Brasil? O presidente Lula passou para o segundo turno, e foi muito bom para ele e para a democracia. Que a gente possa aprender com a história que é muito melhor quando a gente se compromete duas vezes, do que quando a gente abre mão do futuro do Brasil no primeiro tempo do jogo. Nós ainda temos o segundo tempo para jogar o jogo da democracia."
Depois da entrevista, Marina falou em um megafone para a plateia de apoiadores. Ela deu alfinetadas nos adversários Dilma Rousseff e José Serra (PSDB).
"Eu sempre digo, com todo o respeito, que a Dilma e o Serra são pessoas competentes, que temos que respeitar a trajetória de cada um deles, mas ambos são muito parecidos. São "crescementistas", são desenvolvimentistas. É como se fizesse um concurso para quem conseguisse decorar mais número, mais tabela. Será que é isso mesmo que o Brasil precisa? O Brasil precisa é de visão estratégica."
Pouco antes de entrar no carro, ao final da caminhada, Marina reclamou com um assessor que lhe entregou água num copo plástico descartável. Marina disse que aquele "não era um copo de um partido como o PV", e que, depois, o assessor deveria lavar e reutilizar o copo.
Depois da caminhada, Marina foi para sua casa, em Brasília, para um almoço com a família. Ela deveria embarcar ainda hoje à noite para São Paulo.
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