A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2009, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (27), mostra que o principal problema nutricional dos estudantes do 9º ano do ensino fundamental é o excesso de peso. Entre os cerca de 60 mil alunos que participaram do estudo, 23,2% tinham excesso de peso, que inclui sobrepeso, 16%, e obesidade, 7,2%.
Percentual de alunos do 9º ano do ensino fundamental, por estado nutricional | ||||
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Capitais | Baixo peso | Peso adequado (eutrofia) |
Sobrepeso | Obesidade |
Total | 2,9 | 74 | 16 | 7,2 |
Porto Velho | 2,3 | 76,7 | 14,3 | 6,7 |
Rio Branco | 2,1 | 76,3 | 15,2 | 6,4 |
Manaus | 2,2 | 79,2 | 14 | 4,6 |
Boa Vista | 1,5 | 79,4 | 14,3 | 4,8 |
Belém | 2,8 | 76,5 | 15,7 | 5 |
Macapá | 2,3 | 78,2 | 14 | 5,5 |
Palmas | 3 | 82,1 | 10,9 | 4 |
São Luís | 4,2 | 80,5 | 11 | 4,3 |
Teresina | 2,9 | 80,4 | 12,1 | 4,5 |
Fortaleza | 2,2 | 73,6 | 16,6 | 7,6 |
Natal | 2,6 | 73,2 | 17 | 7,2 |
João Pessoa | 4 | 75,3 | 14,9 | 5,7 |
Recife | 2,9 | 73,7 | 15,9 | 7,5 |
Maceió | 3,3 | 74,7 | 15,4 | 6,6 |
Aracaju | 3,2 | 77,2 | 14,2 | 5,4 |
Salvador | 4,4 | 75,4 | 14,8 | 5,5 |
Belo Horizonte | 3,4 | 75 | 14,5 | 7,2 |
Vitória | 2,3 | 75,5 | 15,9 | 6,3 |
Rio de Janeiro | 2,5 | 70,3 | 18,3 | 8,9 |
São Paulo | 2,9 | 72,8 | 16,3 | 7,9 |
Curitiba | 2,4 | 73,3 | 17,1 | 7,3 |
Florianópolis | 2,2 | 73,5 | 17,2 | 7,2 |
Porto Alegre | 1,1 | 68,3 | 20,1 | 10,5 |
Campo Grande | 2,4 | 72 | 16,8 | 8,8 |
Cuiabá | 3,5 | 74,7 | 16,2 | 5,6 |
Goiânia | 3,7 | 75,6 | 14,9 | 5,7 |
Distrito Federal | 3,3 | 76,7 | 14,3 | 5,7 |
O estudo também mediu a percepção dos adolescentes com relação ao próprio peso. A tabulação dos dados mostra que 35,8% das jovens que se achavam muito gordas estavam no peso adequado. Entre os estudantes do sexo masculino, essa proporção foi de 21,5%.
A maior parcela de estudantes obesos está na rede privada, 9,9%, contra 6,5% na escola pública. Na comparação entre estados, Porto Alegre teve a maior proporção de obesos, 10,5%, seguido do Rio de Janeiro e de Campo Grande, com 8,9%.
Os resultados mostraram que a frequência de estudantes com baixo peso variou de 1,1%, em Porto Alegre, a 4,4% em Salvador.
De acordo com o instituto, foi considerado peso adequado (eutrofia) quando o adolescente apresentou índice de massa corpórea (IMC) acima de 18,5 kg/m² e menor que 25 kg/m² e foi considerado sobrepeso quando o IMC registrado foi igual ou superior a 25 kg/m² e menor que 30 kg/m².
A obesidade foi registrada nos casos de IMC igual ou superior a 30 kg/m² e o déficit de peso apareceu naqueles que apresentaram IMC inferior a 18,5 kg/m². Para calcular o IMC, deve-se dividir o peso pelo quadrado da altura.
Participaram da pesquisa 60.973 estudantes de todas as capitais do país e do Distrito Federal. Destes, 58.971 tiveram suas medidas de peso e altura registradas, segundo o IBGE. A pesquisa foi feita no primeiro semestre de 2009.
O estudo também investigou se os alunos tomavam alguma atitude para perder, manter ou ganhar peso. O resultado mostrou que entre aqueles que não tomam nenhuma atitude com relação ao peso, 14,4% dos adolescentes do sexo masculino estavam com sobrepeso.
Entre as meninas que tentaram perder peso, 51,5% estavam com peso normal. Essa proporção foi de 29,8% no caso dos estudantes do sexo masculino.
Percepção
Ainda em relação à autopercepção, o estudo mostra que entre as adolescentes que se consideravam magras ou muito magras, 25,3% estavam com excesso de peso, contra 29,2% no caso dos meninos. Entre aqueles que achavam estar com peso normal, 16,2% dos jovens e 14,3% das meninas estavam com sobrepeso. Quase 90% dos participantes da pesquisa que tentaram ganhar peso estavam com peso normal.
A escolha do 9º ano do ensino fundamental, segundo o instituto, teve como justificativa o mínimo de escolarização necessária para responder um questionário autoaplicável e também a proximidade da idade de referência preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 13 a 15 anos.
De acordo com o IBGE, os resultados mostram que o estado nutricional dos estudantes do 9º ano do ensino fundamental do Brasil confirma outros estudos nacionais e internacionais que apontam para o crescimento da obesidade como desordem nutricional, presente em vários países desenvolvidos e em desenvolvimento.
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