Dos 20 aos 24 anos, as medianas de altura e peso do homem brasileiro são, respectivamente, 1,73 m e 69,4 kg. Já entre as mulheres nessa faixa etária, as medianas são, respectivamente, 1,61 m e 57,8 kg (confira abaixo tabela completa de medianas por faixa etária). Nessa faixa etária, o sobrepeso no sexo masculino saltou de 18,5% em 1974-1975 para 50,1% em 2008-2009. No sexo feminino, o aumento foi menor: de 28,7% para 48%.
O estudo do IBGE avalia o estado nutricional da população a partir da altura para cada idade, peso para cada idade e o Índice de Massa Corpórea (IMC) para cada idade - o índice é obtido com a divisão do peso em quilograma pela altura em metro quadrado. Foram entrevistadas mais de 188 mil pessoas de todas as idades, entre maio de 2008 e maio de 2009.
São consideradas com sobrepeso pessoas com IMC igual ou superior a 25 kg/m2 e menor que 30 kg/m2; e obesas pessoas com IMC igual ou superior a 30 kg/m2. Pessoas com IMC inferior a 18,5 kg/m2 têm déficit de peso, segundo o IBGE.
A pesquisa aponta que, além da quase metade dos adultos brasileiros acima do peso, outros 14,8% apresentam obesidade e apenas 2,7% têm déficit de peso. A obesidade é maior entre as mulheres de 20 anos ou mais (16,9% delas) do que entre os homens (12,5%). Já o excesso de peso é registrado em maior parte entre os homens (50,1%) do que entre as mulheres (48%).
Segundo o IBGE, a desnutrição, nos primeiros anos de vida do brasileiro, e o excesso de peso e a obesidade em todas as demais idades, são problemas de grande relevância para a saúde pública. Os dois índices são contabilizados a partir dos números que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera saudáveis. O estudo destaca que a curva de evolução do peso mediano das crianças brasileiras ultrapassa o padrão esperado pela OMS, independente da idade e do sexo.
Das crianças de 5 a 9 anos, uma em cada três (33,5%) tem excesso de peso e 14,3% são obesas. Há déficit de peso em 4,1% das crianças nessa faixa etária. O número de crianças com excesso de peso representa um salto de 20 pontos percentuais em 20 anos.
Médias de altura e peso da população | ||||
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Idade e grupos de idade |
Altura média (cm) |
Peso médio (kg) |
||
Homens | Mulheres | Homens |
Mulheres | |
Menos de 1 ano | 67,0 | 66,0 | 8,1 | 7,5 |
1 ano | 81,5 | 81,3 | 11,5 | 10,9 |
2 anos | 92,0 | 90,8 | 13,9 | 13,5 |
3 anos | 98,9 | 98,3 | 16,0 | 15,4 |
4 anos | 106,2 | 105,3 | 18,0 | 17,6 |
5 anos | 112,0 | 112,0 | 19,9 | 19,6 |
6 anos | 118,3 | 118,5 | 22,2 | 22,2 |
7 anos | 124,9 | 123,3 | 25,1 | 24,9 |
8 anos | 129,7 | 129,4 | 27,7 | 27,7 |
9 anos | 135,2 | 135,0 | 31,6 | 31,7 |
10 anos | 139,9 | 140,4 | 33,4 | 34,3 |
11 anos | 143,6 | 147,5 | 36,8 | 39,5 |
12 anos | 151,0 | 153,0 | 42,0 | 44,2 |
13 anos | 157,5 | 157,0 | 47,4 | 47,9 |
14 anos | 164,1 | 159,1 | 52,3 | 50,0 |
15 anos | 167,8 | 160,0 | 57,0 | 52,6 |
16 anos | 170,0 | 160,3 | 60,1 | 53,3 |
17 anos | 171,8 | 160,5 | 63,1 | 54,1 |
18 anos | 172,6 | 161,1 | 65,3 | 55,4 |
19 anos | 172,0 | 161,2 | 65,9 | 56,2 |
20 a 24 anos | 173,0 | 161,1 | 69,4 | 57,8 |
25 a 29 anos | 173,0 | 160,7 | 72,7 | 60,5 |
30 a 34 anos | 171,6 | 160,0 | 74,2 | 62,0 |
35 a 44 anos | 171,0 | 159,4 | 74,6 | 63,8 |
45 a 54 anos | 169,9 | 158,3 | 74,6 | 65,1 |
55 a 64 anos | 168,2 | 156,6 | 73,1 | 65,3 |
65 a 74 anos | 166,9 | 155,0 | 70,3 | 63,4 |
75 anos e mais | 165,7 | 152,8 | 66,8 | 59,2 |
Fonte: IBGE (2008/2009) |
Já entre os adolescentes de 10 a 19 anos, 3,4% apresentam déficit de peso; 20,5% têm excesso de peso; e 4,9% apresentam obesidade. Nesta mesma faixa etária, a maior porcentagem de adolescentes com déficit de peso mora no Nordeste (4,9%). No Sul está a maioria dos que estão acima do peso (26,9%) e das pessoas entre 10 e 19 anos obesas (7,6%).
Ainda de acordo com o IBGE, a desnutrição na infância está concentrada nas famílias com os mais baixos rendimentos e, do ponto de vista geográfico, na Região Norte (veja gráficos acima). O excesso de peso e a obesidade são encontrados com grande frequência, a partir de 5 anos de idade, em todos os grupos de renda e em todas as regiões brasileiras. O instituto afirma que, em adultos, o excesso de peso vem aumentando continuamente desde meados da década de 1970.
Altura
Segundo o IBGE, o padrão de crescimento das crianças e adolescentes brasileiros segue na direção do padrão internacional. Para as crianças de até 10 anos, independentemente do sexo, as alturas medianas praticamente coincidem com a curva padrão, que leva em conta medidas que a OMS considera ideais.
Entre as crianças menores de 5 anos, com renda familiar mensal de mais de um salário mínimo per capita, 6% apresentam déficit de altura – 6,3% entre os meninos e 5,7% entre as meninas. Em ambos os sexos, a prevalência de déficit de altura foi máxima no primeiro ano de vida (8,4% e 9,4%, respectivamente), diminuiu para cerca de 7% no segundo ano e oscilou em torno de 4% a 6% na faixa etária de 2 a 4 anos.
Conforme há aumento da renda familiar mensal per capita, há redução no percentual de crianças menores de 5 anos com déficit de altura. Em famílias com rendas de até um quarto de salário mínimo, 8,2% das crianças nessa faixa etária tinha déficit de altura. Já entre as famílias com mais de 5 salários mínimos por pessoa, esse índice passa a 3,1%.
Quase 7% das crianças entre 5 e 9 anos têm déficit de altura – 7,2% entre os meninos e 6,3% entre as meninas. Dos meninos com déficit de altura, a maioria (8,9%) vive em áreas rurais e 6,8%, em áreas urbanas. Já entre as meninas, os índices correspondem, respectivamente, a 8,1% e 5,8%.
O índice nessa faixa etária, segundo o IBGE, caiu de 29,3% em 1974-1975 para 7,2% em 2008-2009 no sexo masculino e de 26,7% para 7,9% entre as meninas.
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