Dólar fecha a R$ 1,76; Bovespa retrocede 0,76%
Mesmo num cenário de maior aversão a risco, os agentes do mercado de câmbio doméstico ainda mostraram pouca disposição em tirar as cotações da americana de seu "piso" informal de R$ 1,76 nas operações desta quarta-feira. Para analistas, a perspectiva de que se concretize a capitalização da Petrobras (com forte ingresso de divisas externas) permanece no horizonte e evita um avanço dos preços.
Hoje, novos dados deram mais força ao desânimo de muitos sobre a economia americana: a demanda por bens duráveis foi mais fraca do que o esperado; e as vendas de casas novas tiveram uma queda de 12,4%. Ontem, outra pesquisa já havia apontado uma contração de 27% na comercialização de imóveis usados.
A taxa de câmbio brasileira oscilou pouco, entre R$ 1,778 e R$ 1,765, finalizando o expediente na cotação de R$ 1,766 -- em leve alta de 0,05% sobre o fechamento anterior. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi vendido por R$ 1,900, em alta de 1,9%.
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) sofre perdas de 0,76%, aos 64.663 pontos. O giro financeiro é de R$ 4,6 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York sobe 0,28%.
O Banco Central informou hoje que o fluxo cambial do país (a diferença entre saídas e entradas de dólares) ainda está positivo em US$ 715 milhões no mês de agosto (até o dia 20). Ainda segundo o BC, os bancos mantinham apostas de US$ 10 bilhões na baixa dos preços do dólar até o mês passado.
"Hoje o fluxo foi favorável, de novo, para que o dólar caísse para R$ 1,76. Mas esse patamar está se mostrando um "piso" resistente, como nós vimos ser R$ 1,75 a pouco tempo. Há muita resistência para [o dólar] ficar abaixo desse valor, entre outro motivos, porque a economia americana está mandando sinais muito ruins", comenta Luiz Fernando Moreira, da mesa de operações da Dascam corretora.
JUROS FUTUROS.
No mercado futuro de juros, que serve de referência para o custo dos empréstimos nos bancos, as taxas projetadas ficaram praticamente estáveis em boa parte dos contratos.
No contrato para outubro deste ano, a taxa prevista foi mantida em 10,65%; no contrato para janeiro de 2011, a taxa projetada permaneceu em 10,68%; e no contrato para janeiro de 2012, a taxa prevista subiu de 11,13% para 11,25%.
Os números são preliminares e estão sujeitos a ajustes.
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