Secretário sai do cargo para comandar tropa de choque
Eleição na Câmara de Cuiabá faz Edivá pedir a demissão
Licenciado das atividades do legislativo desde janeiro de 2009, o secretário municipal de Transportes Urbanos (SMTU), Edivá Alves, pediu exoneração do cargo ao prefeito Chico Galindo (PTB) para retornar a Câmara Municipal de Cuiabá e participar da votação da Mesa Diretora. O processo se inicia às 17h desta quarta-feira, um dia após o plenário aprovar com 17 votos favoráveis a antecipação da eleição da Mesa Diretora que tradicionalmente ocorria em dezembro. Apenas o petista Lúdio Cabral se manifestou contrário à alteração.
A saída é resultado de uma estratégia montada pelo PSDB para desarticular o grupo de 14 vereadores dispostos a apoiar Adevair Cabral (PDT), candidato que tem o apoio incondicional do atual presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Deucimar Silva (PP). Até a noite de ontem, não estava descarta a possibilidade de o secretário de Esportes e Lazer, Néviton Fagundes (PRTB), também pedir exoneração do cargo e, assim, auxiliar no projeto de eleger o tucano Paulo Borges presidente da Mesa Diretora no biênio 2011/2013. Um eventual retorno de Néviton provoca mudanças na definição dos votos. Isso porque o suplente Edemir Xavier, que já declarou apoio a Adevair Cabral, seria obrigado a deixar o cargo.
Conforme A Gazeta antecipou, a cúpula do PSDB entende que, com a renúncia de Wilson Santos da Prefeitura de Cuiabá para disputar o governo do Estado, a legenda que já venceu quatro eleições seguidas ao Palácio Alencastro não pode ficar a deriva nos próximos anos.
Assumindo o controle da Mesa Diretora, o tucano seria automaticamente o substituto imediato de Chico Galindo que, eleito vice-prefeito em 2008, foi empossado titular do Palácio Alencastro no início de abril. Ao mesmo tempo, os tucanos manteriam cacife político para a disputa da Prefeitura de Cuiabá em 2012 quando estarão representados por Guilherme Maluf ou Thelma de Oliveira.
A candidatura própria do PSDB recebeu o apoio irrestrito do diretório municipal presidido pelo advogado Ussiel Tavares, que conseguiu convencer os vereadores Antônio Fernandes e Lueci Ramos a abandonar o projeto de eleger Adevair Cabral. Até ontem, os vereadores Clovyto Hugueney e Julio Pinheiro, ambos do PTB, tentavam convencer o vereador Pastor Washington (PRB) a entrar na disputa. Embora tenha agradecido o apoio, descartou o projeto levando em consideração a possibilidade remota de eleger-se e a justificativa de que uma derrota traria desgaste político. A movimentação do Palácio Alencastro para eleger Paulo Borges já gerou preocupações do grupo adversário. O vereador Ivan Evangelista (PPS), mesmo cassado, procurou pessoalmente Paulo Borges para a tentativa de um consenso, o que foi descartado de imediato. Há em jogo o interesse pessoal de Wilson Santos de impedir a chegada de Adevair Cabral, um dos coordenadores da campanha de Mauro Mendes, a presidência da Mesa Diretora.
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