Defesa tem esperança de Ralf retornar para Câmara
Cassado por quebra de decoro parlamentar em agosto do ano passado, o ex-vereador de Cuiabá Ralf Leite (PRTB) ainda tenta reaver seu cargo. Ele espera conseguir uma liminar no Tribunal de Justiça na próxima semana para poder ser novamente vereador.
A advogada dele, Débora Simone Rocha, entrou com uma medida cautelar no Tribunal, já que em primeira instância perdeu todas as tentativas de recobrar o cargo de seu cliente. Ela conta que anexou mais documentos para argumentar que o julgamento contra Ralf teve falhas e que ele deve voltar ao posto que ocupava. “Desta vez acho que conseguimos, Ralf já era para ter voltado a ser vereador há muito tempo”, considera a advogada.
A liminar será julgada pelo desembargador Juracy Persiani. Ele já pediu manifestação da presidência da Câmara. Na primeira apelação, o desembargador negou o recurso por falta de documentos que comprovassem que Ralf foi cassado injustamente. Débora solicitou reapreciação da causa, juntando mais documentos. O desembargador pode conceder a liminar até o julgamento final do processo.
Ralf Leite foi cassado por quebra de decoro porque em fevereiro de 2009 foi preso em flagrante com um travesti menor de idade numa via pública nas imediações do Quilômetro Zero, em Várzea Grande, conhecida área de prostituição da cidade.
Mas a situação piorou quando, duas semanas antes da sessão em que os vereadores iriam decidir pela sua permanecia ou não no Legislativo, a ex-namorada dele prestou queixa contra ele por agressão física. Como prova, estampava no rosto os olhos roxos e inchados. Os vereadores ficaram revoltados.
Muitos vereadores admitiram que, apesar do processo de cassação se tratar do caso no Posto Zero, a acusação da namorada pesou muito na decisão de cassar o mandato de Ralf por quebra de decoro parlamentar. Foram 16 votos a favor, dois contra e uma abstenção.
Diante da notícia de que o ex-vereador ainda tentar voltar para a Câmara, o vereador Domingos Sávio (PMDB), que fez parte da Comissão Parlamentar de Inquérito que cassou Ralf, diz que a Câmara fez o trabalho dela. “Aqui dentro somos representantes do povo, ele não pode chegar aqui dentro e continuar fazendo as mesmas coisas que fazia lá fora”, disse o vereador. Mesmo assim, ele diz que qualquer decisão da Justiça será respeitada. Numa eventual volta do ex-vereador, ele considera que ele (Ralf) ficaria isolado dentro do Legislativo.
O ex-vereador ainda responde a processo por exploração sexual infantil e agressão à ex-namorada. Além disso, Ralf ainda é acusado de comprar votos durante a campanha eleitoral de 2008 de um presidiário e sua família.
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