3 dias após ser afastado, magistrado afirma que acusações são inverídicas
Juiz nega crimes de abuso contra crianças em nota
Três dias após ser afastado das funções de magistrado, o juiz Fernando Márcio Marques de Sales se manifestou pela primeira vez sobre as denúncias de abuso sexual contra crianças e adolescentes de Paranatinga (373 km ao sul de Cuiabá), onde atuava há 6 anos.
Por meio de uma "Nota de Esclarecimento" enviada pelo seu advogado Alfredo Gonzaga, o magistrado agradeceu o apoio recebido dos amigos e garantiu que é inocente. "Ressalto que os fatos que envolvem meu nome, lamentavelmente, foram colocados de maneira totalmente inverídica e estão sendo apurados", relata um trecho do material.
Sales comenta ainda o afastamento do cargo de juiz, por determinação do Tribunal de Justiça, e afirma que mesmo se isso não tivesse ocorrido ele mesmo pediria o afastamento temporário, "para que a apuração necessária seja realizada de forma legal, proba e desvinculada de qualquer sugestão de mácula, esperando que sejam os procedimentos levados até as últimas consequências, na busca da verdade real".
O magistrado justifica que até então não havia se pronunciado sobre o caso por "não ter condições emocionais mínimas", mas destaca que está "com a consciência tranquila e serena, pois sou ciente do que fiz e, principalmente do que não fiz".
O juiz é investigado pela Corregedoria-Geral de Justiça. Denúncias dão conta que ele oferecia dinheiro a crianças e adolescentes pobres de Paranatinga em troca de sexo com as jovens. Em depoimento, uma menina de 9 anos contou para a Polícia Federal que Sales tentou beijá-la, arrancar suas roupas e tocar suas partes íntimas. A prima da vítima, uma adolescente de 17 anos, afirmou que o magistrado havia oferecido presentes a ela para convencer a criança a transar com ele.
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