Delegado diz que despachante assaltado inventou sequestro em BH
Depois de passar a madrugada e a manhã de hoje na busca por uma criança de dois anos supostamente desaparecida, a Polícia Civil de Belo Horizonte confirmou hoje à tarde que o caso é uma "falsa comunicação de crime".
O delegado-seccional de Barreiro --um bairro de BH--, Roberto Soares de Souza, disse que o despachante João Antônio Bibiano, 50, inventou que seu filho havia sido levado junto com seu carro para que a Polícia Militar localizasse seu veículo roubado com mais rapidez.
"Ele disse que criou essa versão de sequestro no sentido de forçar uma atitude mais ágil da PM para localizar o veículo dele", disse o delegado.
O despachante registrou boletim de ocorrência por volta das 22h desta sexta-feira (20), no qual informou que dois criminosos o abordaram na saída uma padaria em Barreiro de Baixo, em Belo Horizonte, e depois sequestraram o filho dele de dois anos, que dormia no banco de trás do veículo.
Segundo o delegado, esse relato --de ter deixado o filho dormindo no carro, um Fiat Punto, enquanto comprava pães em na padaria-- é falso.
Ao sair do estabelecimento, ele disse que foi abordado pelo criminosos, que o fizeram entrar no carro e, em seguida, o abandonaram na rua, levando o garoto.
"Na realidade ele confessou que deu carona para uma mulher e seu filho e houve o assalto em um semáforo. Os criminosos deixaram os três [despachante e os dois caronas] na rua três quarteirões depois do assalto e fugiram com o carro dele", disse o delegado.
De acordo com o delegado, o despachante responderá por falsa comunicação de crime, cujo a pena prevê de um a seis meses de detenção.
Até o final da tarde de hoje, o veículo dele não havia sido achado pela polícia.
A Folha não conseguiu localizar Bibiano para falar sobre o assunto. A reportagem solicitou a Souza o contato do despachante, mas o delegado preferiu não informar.
Comentários