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Polícia Brasil
Sábado - 21 de Agosto de 2010 às 21:47

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O gerente geral do Intercontinental, Michel Chertouh, presenciou a invasão dos criminosos. Ele estava na recepção, e contou que os bandidos mostraram-se tensos e receosos ao entrarem no hotel de luxo. Segundo ele, os homens não pediam nada, e pareciam apenas querer escapar do tiroteio com a polícia.

"Ouvi um deles dizer que aquilo era burrice. Alguns se mostraram em pânico."

No momento da invasão, Chertouh correu para uma escada e subiu para o segundo andar depois que um dos criminosos o chamou para seguir em direção à cozinha, onde estavam todos os reféns.

"Por sorte eu conhecia aquela saída de emergência e, por mais sorte ainda, ele não me seguiu", contou.

De lá, comunicou à polícia e recebeu instruções para manter todos os hóspedes em seus quartos. Foi então que elevadores foram desligados, para evitar a circulação de pessoas pelo hotel.

TIROS E INVASÃO

A ação criminosa que assustou o Rio nesta manhã começou antes da invasão do hotel, quando traficantes e os policiais do 23º Batalhão da PM, do Leblon, trocaram tiros por volta das 8h30, após a PM encontrar o grupo, armado, passando pelas ruas do bairro. O tiroteio, que durou cerca de 40 minutos, foi intenso, de acordo com os moradores.

A troca de tiros começou em frente a uma concessionária de automóveis, próxima à Rocinha. Os criminosos se dispersaram. Alguns fugiram em direção à favela, outros invadiram os jardins de condomínios na avenida Aquarela do Brasil e seguiram em direção ao Hotel Intercontinental. Diversos carros também foram atingidos.

Os ladrões estavam em dez vans e dez motos. Estima-se que o grupo era formado por cerca de 30 pessoas. Parte invadiu a recepção do hotel e seguiu em direção à cozinha. Lá fizeram 35 pessoas reféns, sendo cinco hóspedes.

O professor de Educação Física Felipe Lopes Pereira, que passava pelo local no momento da ação, contou que foi rendido por seis homens armados em uma van. O grupo entrou em seu carro e o obrigou a levá-lo ao Intercontinental. Ao chegar lá, ele foi obrigado a derrubar a guarita que protege a entrada do hotel.

Cerca de 800 pessoas estavam hospedadas no hotel, metade estrangeiros. Muitos são atletas que disputam hoje cedo uma Meia Maratona. Havia ainda um grupo de dentistas que participava de um congresso no centro de convenções do hotel.

Segundo José Oliveira e Silva, morador de um condomínio nas proximidades do hotel, o tiroteio foi muito intenso. "Parecia que eu estava no Iraque", disse. Outro morador, Ricardo Valladares, disse que viu bandidos encapuzados e armados de fuzis, atravessando os jardins do condomínio onde mora. "Estamos todos apavorados. Não sabemos se há bandidos aqui dentro. Ninguém sai de casa. Estamos trancados", contou.

Após a invasão, outros moradores relataram que viram criminosos transitando pelo bairro, andando na contramão das vias e atirando indiscriminadamente, armados com fuzis e outras armas pesadas. Na rua Aquarela do Brasil e na avenida Prefeito Mendes de Moraes, nas imediações, há vários carros com marcas de tiros. Um ônibus também foi atingido, mas nenhum passageiro se feriu.

Uma mulher, identificada como Adriana Duarte de Oliveira dos Santos, 41, morreu atingida por tiros. Ela faria parte do bando e, de acordo com a PM, teria um mandado de prisão expedido em seu nome por tráfico de drogas. Medeiros estava próxima a um táxi e tentando entrar no carro para fugir do tiroteio, quando foi atingida, relatou a polícia. Quatro policiais militares --dois sargentos e dois cabos-- se feriram, mas sem gravidade.






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