Pastor é detido por grilagem em Cuiabá

Duas pessoas foram detidas por "grilar" terrenos em Área de Preservação Ambiental (APP), bem como incentivar a ação de outros invasores. O pastor Genildo Souza Porto, 56, da Igreja Embaixador Rei, é um dos acusados. Conforme os fiscais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Smades), ele motivava as pessoas a entrarem nos terrenos, sendo que em 3 deles já havia começado a obra de construção da sede da Igreja.

A outra prisão foi de Isoel Custódio, 37. Ele estava desmatando um espaço quando foi surpreendido pelos fiscais. A Polícia também pediu a perícia do lugar de aproximadamente 10 mil metros quadrados, que está devastado e com marcas de queimadas.

O diretor de Meio Ambiente, Giovanni Ferreira de Vasconcelos, diz que recebeu a denúncia de moradores e tentou inibir a ação antes que as construções fossem concluídas. Ele argumenta que o dano ambiental já é grande porque é uma área úmida e está próxima ao rio Coxipó.

No local, os fiscais também exigiram a retirada de uma barraco de madeira, onde mora o pedreiro Paulo Alexandrino Figueiredo, 22. Ele tem até segunda-feira (23) para retirar os materiais, caso contrário, um trator fará a demolição.

Outras 10 casas estão irregulares nas proximidades. As pessoas já receberam a notificação, mas Vasconcelos explica que precisam ser remanejadas. Como não há casas disponíveis, elas aguardam a conclusão do processo, que é acompanhado pelo Ministério Público Estadual (MPE).

A ocupação de áreas de preservação de forma clandestina é um problema para a cidade. Muitas das famílias ficam em torno dos 31 córregos da Capital. Os leitos de 50% dos córregos da cidade estão tomados pelo esgoto devido as construções ilegais, que jogam os resíduos sem nenhum tratamento na água.

As duas pessoas detidas foram ouvidas e depois liberadas. Elas vão responder pelo crime ambiental em liberdade.