Petista diz que eleitor deverá fazer limpeza; DEM diz que crise é da classe política
DF: PT e DEM têm candidatos do caso de mensalão
Hoje rivais, em nível nacional e local, as chapas do PT e do DEM guardam, cada uma, ao menos seis nomes direta ou indiretamente envolvidos no escândalo. Alguns aparecem em vídeo recebendo dinheiro, enquanto outros foram mencionados como beneficiários por Durval Barbosa, delator do esquema e investigado por ser o principal seu operador.
Todos eles, deputados distritais ou secretários de governo, integravam a base de apoio a Arruda, mas hoje se dividem entre apoiadores do candidato petista ao governo, Agnelo Queiroz, ou do adversário Joaquim Roriz (PSC), que comandou o DF quatro vezes.
Dos onze partidos reunidos por Agnelo em sua coligação “Um Novo Caminho” --PT, PRB, PTB, PMDB, PHS, PTC, PRP, PCdoB, PDT, PPS e PSB — só o PT, antes do escândalo, em novembro, fazia oposição radical a Arruda, apontado pela Polícia Federal como mandante do esquema.
Depois, PDT, PPS e PSB deixaram cargos que ocupavam no governo. Ainda assim, o PPS depois ajudou a enterrar a CPI da Corrupção, que investigaria o esquema na Câmara Legislativa.
O ex-secretário de Saúde de Arruda Augusto Carvalho (PPS), que tenta se reeleger como deputado federal, diz que decisão do partido de se aliar com o PT foi “amadurecida”:
- Qual é a alternativa? Acha que faríamos a campanha do Roriz?
Junto com outros oito partidos -- PP, PSC, PR, PSDC, PRTB, PMN, PSDB, PTdoB--, o DEM integra a coligação “Esperança Renovada”, encabeçada por Roriz. A Polícia Federal suspeita que o esquema de distribuição de dinheiro tenha começado em suas gestões passadas.
Em debate na última quinta-feira (12), ele próprio admitiu essa possibilidade, mas que “não conhecia a moral” de todos os seus auxiliares.
Filtro
O PT não tem candidatos envolvidos na disputa, mas outros coligados, sim. O presidente do PT no Distrito Federal, Roberto Policarpo, admite que o partido não conseguiu que as legendas aliadas “fizessem essa limpeza” nas indicações. Espera que o eleitor filtre:
- Aquilo que a Justiça não fizer, que o eleitor faça no dia 3 de outubro, que use como critério pessoas que não tenham relação com esse passado recente.
Já o presidente do DEM no DF, senador Adelmir Santana, generalizou a episódio, dizendo que ele atingiu toda a classe política. O partido tem três candidatos envolvidos concorrendo.
- A situação da classe política no Distrito Federal é horrível. Somos tratados como se todos nós fôssemos iguais. Reconheço as dificuldade, mas não é do Democratas, é da classe política. [O escândalo] ficou conhecido como “mensalão do DEM”, mas o governador que saiu [Arruda] tinha uma base de apoio de 14 a 15 partidos. Portanto não era do DEM, tinha gente de várias agremiações.
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