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Quinta - 19 de Agosto de 2010 às 09:41
Por: Tania Rauber

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O clima seco acarretou o aumento exagerado no consumo de água em Cuiabá. De acordo com a Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap), o volume gasto nos últimos 30 dias foi 5 vezes maior. O reflexo está na falta de água em vários bairros. Moradores reclamam ainda que quando a água chega às torneiras, é muito fraca e não tem força para subir nas caixas.

Segundo o engenheiro Noé Rafael da Silva, o sistema não está conseguindo atender a demanda e o jeito encontrado pela empresa é reforçar o abastecimento enchendo os depósitos com caminhões pipas. "Somente esta semana vamos ter que reforçar o abastecimento em 3 bairros".

Um dos bairros atingidos pelo problema foi o Alvorada. Revoltados pela escassez de água há mais de 1 mês e sem obter respostas, moradores colocaram pneus no meio da rua Poxoréu, impedindo a passagem de veículos.

A desempregada Sônia Maria Gerin, 37, disse que há 2 meses a água chega muito escassa na casa. O problema se agravou nos últimos 7 dias, quando as torneiras secaram definitivamente.

"Estamos 7 dias sem água, você sabe o que é isso? E o pior é que ligamos na Sanecap e eles desligam na nossa cara. Ficamos quase uma hora na linha esperando resposta e eles desligam. Não dão a mínima para nós".

O problema também é vivido pelo vigilante Leandro da Silva. Ele conta que há 2 dias a família tem que tomar banho na casa de um amigo, num bairro vizinho. "Compramos água para fazer comida. Os serviços de casa, louça e roupa estão sem fazer, porque não tem como".

A revolta aumentou quando ele recebeu a conta no valor de R$ 900. "Eles disseram que tinha um vazamento, mas era fora da minha casa, e era como se eu fosse responsável. Disse que não tinha como pagar R$ 900, se minha conta sempre vem no valor de R$ 30. Negociamos e eles fecharam em R$ 200 e eu vou ter que pagar".

A situação é vivida por outros tantos moradores, como a zeladora Zildinete Rocha, 45, que mora em outra ponta do bairro, mas também tem que comprar água para beber e fazer comida.

"Aí, quando chega água, é tão fraca e por pouco tempo que não tem condição".

O protesto durou pouco tempo. A Polícia Militar esteve no local e acionou a guarnição do Corpo de Bombeiros para apagar o fogo. Os moradores foram alertados para evitarem as queimadas e encontrarem outras formas de protestar.

"Nós só fizemos isso porque sabíamos que daí iriam olhar para nós, porque falamos, cobramos e ninguém resolve nada. Mas não vamos mais colocar fogo, vamos fazer de outro jeito a partir de agora", disse uma moradora.

Além do Alvorada, bairros como Jardim América e Itália enfrentam o mesmo problema. Nas últimas semanas moradores de outras regiões também reclamaram do serviço, entre eles os do Altos da Glória.





Fonte: A Gazeta

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